sábado, 19 de maio de 2012

[Gauchão 2012] Deu a "lógica", mas por pouco

Como contei em alguns posts ao longo deste ano, este foi o primeiro Campeonato Gaúcho que pude acompanhar deste o início. O primeiro turno, em particular, foi escutado e assistido por mim independente de onde fosse o jogo, em Porto Alegre, em Canoas (inclusive indo ao estádio), em Santa Cruz do Sul, Caxias, etc. Queria ver a diferença entre as narrações e, consequentemente, o quanto a "grande mídia" gaúcha é Gre-Nal.

Isso é fato. Mesmo nos casos dos times de Porto Alegre, a cobertura midiática sobre o futebol vinda dos grupos de comunicação sediados na capital é com um foco muito forte em Grêmio e Internacional, mesmo quando nenhum deles está na disputa, como foi na final do primeiro turno. No intervalo do jogo entre Novo Hamburgo e Caxias, a RBS TV, afiliada da Rede Globo que transmite o Gauchão, optou por usar boa parte do intervalo para falar da novela Inter-Andrade Gutierrez.

Um dos assuntos que acabou tomando conta do Gauchão neste ano foi a reclamação da sua existência. No início, os gremistas, do então técnico Caio Júnior ao presidente do clube Paulo Odone, não deixaram de reclamar do fato de o campeonato começar muito cedo, o que "beneficiaria" (sic) os clubes pequenos, que tinham mais tempo para o entrosamento. Como se a Federação Gaúcha fizesse algo para, no mínimo, não prejudicar os clubes "menores" do Rio Grande do Sul (ver exemplo aqui).

O ponto de reclamação seguinte foi a série de lesões que jogadores de Grêmio e Internacional sofreram nestes primeiros meses do ano. O "destaque" fica por conta de Kleber, que foi atingido por um jogador do Cruzeiro, ainda de Porto Alegre - o clube mudará de cidade no ano que vem. Por mais que eu não goste do jogador, e por mais que o juiz tenha errado ao não expulsar Léo Carioca no lance, fica difícil ver gaúcho reclamando que o futebol local é "pegado" demais. Mas não é disso que tanto se orgulham, a ponto de dizerem que técnico "estrangeiro" não seria apto a treinar clube local?

O grande destaque deste campeonato, para mim, foi o Canoas. O ex-Ulbra, time o qual pude ver jogar contra o Cerâmica no primeiro turno, teve uma recuperação sensacional no segundo turno e de maior candidato ao rebaixamento desde antes do torneio começar, por ter poucos recursos numa cidade metropolitana, escapou do descenso ao conquistar 12 dos seus 13 pontos na Taça Farroupilha e o segundo lugar na sua chave, atrás apenas do Internacional. 

Por uma "falha" da tabela, o Ypiranga, que marcou 12 pontos, estava rebaixado mesmo passando para a segunda fase da Taça Farroupilha, só podendo se salvar caso vencesse o torneio, tendo pela frente, já nas quartas de final, o Grêmio no Olímpico. Não deu. Assim, o canarinho de Erechim foi rebaixado com o Avenida, de Santa Cruz do Sul.

SUPERFINAL
Após passar pelo Grêmio na final da Taça Farroupilha, o Internacional era superfavorito para enfrentar um Caxias que, da mesma forma que o CRB em Alagoas, demitiu o treinador campeão do primeiro turno, Paulo Porto, após fraca campanha no segundo, onde também não passou da primeira fase.

No jogo de ida, no Estádio Centenário, o Caxias foi guerreiro, abriu o placar com Matheus "só bate quem erra", mas levou o empate no segundo tempo, quando os jogadores, sem jogar há quase um mês, cansaram. Oscar, de volta ao Inter após todo o imbróglio com o São Paulo, que continua, marcou o gol de empate e desabou no choro.

Na volta, sem poupar ninguém - dentre outros Leandro Damião e Dátolo foram poupados para jogar na eliminação da Libertadores contra o Fluminense -, o Inter veio com tudo para apagar a saída do torneio sul-americano. Ainda assim, o Caxias assustou novamente.

Jogando um primeiro tempo primoroso no Beira-Rio sob remendos, o clube grená marcou muito bem e saía da mesma forma nos contra-ataques, com Michel abrindo o placar. Só que no segundo tempo pesou a diferença de estruturas. Afinal, os jogadores da Serra não tiveram preparação física adequada para manter o ritmo.

Paulo Sérgio defende tudo o quanto pôde, inclusive pênalti de Nei no início da etapa derradeira, mas não foi o suficiente. O hoje "imprescindível" Sandro Silva empatou o jogo e Damião virou o placar aos 26 minutos. Na única chance do segundo tempo, Muriel fez uma defesa magnífica no final e garantiu o bicampeonato gaúcho para o Sport Club Internacional.

FUTURO
Os times gaúchos seguem para a disputa dos torneios nacionais. O Internacional tem como único foco no ano a reconquista do Brasileirão, estreando neste domingo em casa contra o Coritiba, tricampeão paranaense. O Caxias inicia a disputa da Série C no dia 26, junto com o Brasil de Pelotas, que em meio a uma confusão judicial está confirmado na disputa. O Xavante disputa a 2ª fase da Divisão de Acesso gaúcha.

O Grêmio segue na Copa do Brasil, e com 100%. Na última quinta-feira venceu o Bahia, treinado pelo ídolo colorado Falcão, no Pituaçu por 2 a 1 e se encaminhou para as semifinais do torneio que dá vaga à Libertadores para o seu campeão. O tricolor estreia no Brasileirão também neste domingo, só que no Rio de Janeiro, contra o Vasco.

Pela Série D, o Juventude, que venceu a Copa Laci Ughni ("Copinha") no ano passado, terá a companhia do Cerâmica na disputa. O time de Gravataí só entrou na disputa porque Veranópolis, Novo Hamburgo, São José-POA, Pelotas e Lajeadense desistiram do torneio. Com problema parecido em Minas Gerais o "malufista" que preside a CBF resolveu bancar transporte e hospedagem para os times da Série D. Pena que não avisou antes...

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