domingo, 27 de dezembro de 2009

As respostas para Avatar

Era grande a minha expectativa para o filme Avatar. Há meses que leio matérias sobre a revolução técnica que o diretor James Cameron (Titanic, Exterminador do Futuro) proporcionaria após quinze anos de espera por tecnologia que desse asas às sua imaginação.

Assim como Matrix, dos irmãos (Cohen) Wachowski, o filme traria transformações incríveis na maneira de se utilizar a computação gráfica na Sétima Arte. algo capaz de fazer filmes como O Senhor dos Anéis parecerem ter sido feitos com marionetes.

FILME

Antes de qualquer coisa é preciso que se explique que em Alagoas não há nenhuma sala para filmes em 3D, uma das vantagens de Avatar – cujos óculos também foram fabricados, que fogem àquele primário azul e vermelho. Assim, perde-se um pouco na recepção. Aliás, tivemos até que trocar de sala do Cine Farol porque o condicionador de ar não funcionava (!), imagina capacidade para três dimensões.


O enredo utiliza-se de uma fórmula simples. O ano é 2156, a Terra já não fontes de energia e vegetação, a busca por alternativas energéticas faz da lua Pandora um alvo fácil para as ações de corporações financeiras, devido a uma grande quantidade de um mineral caríssimo que pode ser a solução para os terráqueos.


Jake Sully (Sam Worthington) é um ex-fusileiro que preso a uma cadeira de rodas opta por substituir seu irmão gêmeo, pesquisador assassinado uma semana antes de viajar para participar das pesquisas com os habitantes humanóides do local, os na'vi, seres com relação intrínseca com a natureza.


Visto como um "idiota" no meio de pesquisadores como a doutora Grace (Sigourney Weaver) e o cientista Norm (Joel Moore), o ex-marine acaba por se interessar pelo lado militar da operação, comandada pelo Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang). De conhecimento das formas de vida dos habitantes, a função de Jake passa ser a de se infiltrar entre os na’vi através de seu avatar, um clone dos habitantes do local, de forma a conseguir que eles cooperem com os humanos ou, na pior das hipóteses, que se descubram os seus pontos fracos.


Graças a Eywa, a força que gere o equilíbrio natural de Pandora, Jake consegue ser treinado pela filha dos chefes do clã Omaticaya, Neytiri (Zoe Saldanha), que também o chama de idiota. Aos poucos, com a liberdade proporcionada pelas pernas do avatar, ele percebe que o que era apenas um sonho virou sua realidade. A partir daí, o território a proteger é o dos na'vi.


MARAVILHOSO...

Para quem, como eu, sempre gostou da parte dos bastidores e das questões tecnológicas na produção de um filme, Avatar é de encher os olhos. A perfeição dos humanóides é algo incrível. Para perceber isso basta olhar as cenas em que um humano e um na'vi são colocados com proximidade. Não dá para acreditar que os azulzinhos foram feitos por meio de computação gráfica.


A isto acrescentem-se os animais, com características visuais próximas aos existentes na Terra, e o ambiente mostrado. A floresta bioluminescente é algo espetacular! Lembra o mundo submarino, o qual os homens não conseguem ter acesso, porém aqui, além de ser algo na superfície são as plantas que são iluminadas/ilumináveis.


As cenas de ação também fazem parte de uma linha em particular. Apesar de não desfrutar de um óculos 3 D, o acompanhamento das cenas com uma câmera virtual conseguem nos levar a posições tais quais os protagonistas da estória.


Para finalizar, assim como J. R. R. Tolkien fez na saga de O Senhor dos Anéis, Cameron criou uma língua para os na'vi - apesar de a maioria deles mostrar que sabem falar em inglês.


... MAS TÊM CLICHÊS

O problema do filme está na história, que pode lembrar várias outras já contada no cinema. Fora que o filme tem alguns clichês baseados na realidade atual: salvar a natureza e a vitória contra o "terror" todo o custo.


Coincidência ou não, o filme traz uma batalha em que os humanos são os vilões por terem destruído a natureza do seu local de origem e agora tentarem destruir o habitat dos outros. Assim como os países desenvolvidos, e sua produção industrial em larga escala, fazem com que micro-países em paraísos tropicais, supostamente, possam desaparecer com a destruição do equilíbrio natural.


O outro clichê vem claramente expresso na frase do Coronel Quaritch antes da batalha: "Iremos combater o terror com o terror". Algo mais bushiniano do que isso não há. Assim como, todo o seu posicionamento de típico militar, mais interessado em matar do que em saber quem morreu, como tantas guerra que vemos diariamente - seja no Iraque ou no Rio de Janeiro.


Outro problema, para nós brasileiros, é a legenda do filme. Não entendo como algo com que se gastou tanto permite que um país tenha como acompanhamento textual erros como o do nome da protagonista do filme, que algumas vezes aparece como Neytri em vez de Neytiri. Além do momento em que aparece "martes" no lugar de "mortes".


ESCOLHA

Cabe agora a você escolher. Se quiser ver elementos novos de tecnologia sendo aplicados pelo cinema hollywoodiano - a um preço que pode chegar a US$ 1 bilhão, Avatar é um prato cheio. Porém, se quiser assistir a uma boa estória retratada na telona, é melhor ir na melhor locadora que puder e assistir a outros filmes, com toda certeza bem melhores do que este.


Fotos: Promoção do filme





2 comentários:

  1. sério que o nome da atriz que faz a filha de não-sei-quem é zoe saldanha? péssimas referências! :P

    sobre o filme, ainda não fui assistir porque as sessões estão sempre cheias e os horários são meio incovinientes, devido à duração do filme.

    mesmo assim, quero ver por causa das críticas, não porque a história chame minha atenção. tenho mais interesse nos efeitos visuais do que no enredo em si. acho curioso um filme chamar a atenção mais pela parte visual do que pelo que diz. enfim...

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  2. Matrix, dos irmãos Cohen ?

    Xiiiii, procura isso direito pois tá errado. São irmãos, mas não esses. O que você citou já ganharam até OSCAR. Os do Matrix só dinheiro.

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