segunda-feira, 14 de outubro de 2013

[Por Trás do Gol] Um ano (quase) para se esquecer

Três clubes em três divisões diferentes do Campeonato Brasileiro e o melhor resultado foi a manutenção na nos últimos minutos na Série C. Este é o saldo, ainda que provisório, para Alagoas na principal competição nacional em 2013.

Se o ano indicava um bom caminho, com o vice-campeonato do ASA na Copa do Nordeste e o avanço do time arapiraquense até a 3ª fase da Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Flamengo, as péssimas campanhas do time do interior na Série B e do CSA na Série D, além da eliminação precoce do CRB na Série C, mostram que tudo não passou de uma ilusão.
CSA
Começando pelo maior campeão estadual, acompanhamos bem de perto a campanha na Série D deste ano, marcada por 3 derrotas seguidas nas primeiras partidas, desmonte do elenco e cumprimento de tabela a partir de então. O resultado final foi a última colocação no grupo, com apenas uma vitória e um empate (4 pontos) em 8 partidas disputadas.

Para quem comemorou em 2013 o centenário de sua existência, o vice-campeonato do Alagoano, título perdido nos pênaltis para o arquirrival, a eliminação para o Cruzeiro no primeiro jogo da Copa do Brasil, e a eliminação muito cedo na Série D deixaram os torcedores azulinos ainda mais impacientes.

Ao menos o futuro indica a união (possível) na política do clube, com uma gestão em que nomes de peso assumiram algumas diretorias, apesar de todos eles terem fugido da presidência do clube. Já há a confirmação de Oliveira Canindé, campeão do Nordeste com o Campinense em 2013, como técnico do clube. Além disso, a base, usada no sufoco final do Brasileiro, ganhou o bicampeonato do Alagoano sub-20 e, desde que se queira trabalhar com os jogadores daí oriundos, alguns bons nomes podem surgir.

O primeiro semestre de 2014 vai ser cheio para o clube. Disputa a Copa do Nordeste a partir de 12 de janeiro, em que caiu num grupo forte, ao lado de Bahia, Santa Cruz e Vitória da Conquista. Além disso, entrada no Estadual via hexagonal; e a Copa do Brasil que, espera-se, desta vez ninguém peça um adversário de primeiro nível já de início.

CRB
O segundo time local a encerrar suas participações em 2013 foi o CRB. O atual bicampeão alagoano teve participação discreta na Copa do Brasil, passando da primeira fase e sendo eliminado pelo Botafogo em seguida. Mas viveu fortes emoções no disputadíssimo Grupo A da Série C.

De início, uma campanha muito ruim, com o ápice sendo a derrota para o Rio Branco, que entrou no campeonato às vésperas e via acordo judicial. O time acriano só marcaria seis pontos em 20 jogos (!), tirando 3 do Galo. Até que veio Roberval Davino, ídolo do clube como jogador na década de 1970 e com boa participação como técnico no início dos anos 2000. Sequência de 8 jogos sem perder e a certeza de brigar por uma vaga às quartas-de-final.

Um empate fora, uma vitória em casa; entrar no G4 no domingo e sair na quarta-feira. Praticamente foi esta a realidade regatiana durante a Série C. O caminho para a classificação até poderia ser tranquilo, se não fossem mais tropeços. A primeira derrota de Davino foi contra o Treze, clube que o CRB venceu na estreia do treinador, por 1 a 0 em pleno Estádio Rei Pelé - com direito a reclamação do presidente(-deputado) e peitaço do técnico.

Ainda assim, o time seguiu com bons resultados, não perdendo fora de casa. No antepenúltimo jogo, também em casa, o adversário era o Cuiabá. O resultado foi o empate no Rei Pelé, que só não foi pior por conta das condições da partida, já que o gol saiu nos últimos minutos da partida. Faltando dois jogos, restava ao menos empatar fora de casa, contra o Sampaio Correa, e vencer o último jogo contra o rebaixado Baraúnas.

Em São Luiz, o time fez um bom primeiro tempo, mas só saiu com o empate por 1 a 1. Na segunda etapa, o CRB caiu de produção e viu o Sampaio vencer o jogo. Para a última partida, a classificação dependia de uma vitória e de uma  difícil combinação de resultados. Ah, e ainda havia a chance do rebaixamento para a Série D em caso de derrota.

A confiança da torcida aumentou com o gol de Denilson logo no início do segundo tempo no Rei Pelé, mas depois as coisas esfriaram com dois gols em seguida do Baraúnas. Para piorar, na casa dos 30 minutos, o Cuiabá virava fora de casa contra o Brasiliense e empurrava o time alagoano para a Série D. Denilson empatou o jogo aos 35 e ainda sobrou tempo para Léo virar no final da partida. 3 a 2 e um grande suspiro nas hostes alvirrubras.

(O equilíbrio no grupo ficou marcado pelos gols no final. O Treze, que ficou boa parte do tempo na zona de rebaixamento até a saída de Vica, que assumiria o Santa Cruz, venceu o atual time de seu ex-técnico com gol aos 44 minutos, garantindo a 3ª vaga. Num Castelão ineditamente lotado, o Fortaleza abriu 2 a 0 frente o Sampaio, mas levou o gol de empate aos 47, perdendo a vaga. Assim, Santa Cruz, Luverdense, Treze e Sampaio passaram para as quartas de final. Brasiliense, Baraúnas e Rio Branco foram rebaixados).

O CRB tem o mesmo calendário que o CSA no primeiro semestre, mais a garantia da Série C no segundo. No Nordestão, um grupo que promete ser equilibrado, com Ceará, Treze e Potiguar. Ainda que sendo o melhor time alagoano em termos de resultados, ao menos o que menos sustos deu aos seus torcedores, é preciso entender o que deu errado na Série C e confirmar a manutenção de Davino para o ano que vem.

O que ocorreu com o ASA?
Altos e baixos. Este é o ano do representante alagoano na Série B do Brasileiro. Para começar, a surpreendente campanha na Copa do Nordeste. Depois de 3 derrotas, o time correu atrás do prejuízo e não só se classificou, como chegou até a final do torneio, perdida para o Campinense. O técnico Leandro Campos foi embora para o Ceará em busca de melhor salário.

No Alagoano, o time passou em 3º no hexagonal, mas foi eliminado na prorrogação para o CSA, quebrando uma longa sequência de presença do time em finais do Estadual, o que ocorria desde 2008.

Indo para a Série B, o primeiro turno foi no modo normal quando comparado às 3 participações anteriores na competição. Vitória aqui, derrota ali, e 22 pontos marcados em 19 jogos. Se estava a 9 pontos do G4, estava a 3 do Z4, mas com a certeza de que se mantivesse a campanha a manutenção na competição para o ano que vem viria.

Porém, o time desandou totalmente. Nos 10 jogos seguintes foram 9 derrotas e 1 empate. O curioso é que no primeiro turno o time já vinha jogando bem, mas perdendo alguns resultados, principalmente por falta de qualidade nos arremates - em meio a lesões dos 3 principais atacantes, Lúcio Maranhão, Elionar Bombinha e Léo Gamalho, que sairia para o Ceará também por um salário melhor. Além disso, mesmo num período ruim do goleiro Gilson, com falhas consecutivas, o clube não perdia tanto e de forma tão feia.

Nos últimos 6 jogos foram 23 gols sofridos. Para não falar da quantidade de técnicos que já passaram pelo clube ao longo do ano. Foram 7 mudanças, se eu não estou enganado, com Leandro Campos voltando e saindo no início da fase ruim do clube; e o curioso caso de Ricardo Silva, que foi demitido, mas voltou a pedido dos jogadores, durante por 3 goleadas sofridas pelo clube.

Algo precisa ser dito. Afinal, o time desabou na tabela e faltando poucas rodadas para acabar a Série B parece que não sairá do lugar. São 4 pontos para o penúltimo e 9 para o ABC, primeiro fora da zona de rebaixamento, e com uma recuperação espetacular, já que ocupou a lanterna nas condições atuais do ASA por um bom tempo, mas venceu ponteiros como Palmeiras e Paraná no Frasqueirão - ainda que super lotado.

Ainda faltam 9 jogos para o ASA e matematicamente é possível que o time saia dessa situação, por mais difícil que possa parecer. Independentemente do que ocorrer, é fundamental que a diretoria exponha o que ocorreu especialmente no segundo turno. Uma campanha péssima desta tem de ter alguma explicação plausível.

Para o ano que vem, o time arapiraquense participará do Estadual por completo - campeão e vice da Copa do Nordeste deste ano não disputarão o torneio em 2014 - e a Copa do Brasil. No segundo semestre, tem vaga garantida no Brasileiro, seja na Série B ou na Série C.

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