sábado, 1 de dezembro de 2012

[Baú do Por Trás do Gol] Aniversários

Como o Olímpico se despedirá dos torcedores amanhã aqui no Rio Grande do Sul, resolvi lembrar um texto sobre a minha relação com um estádio de futebol. O Estádio Rei Pelé, o Trapichão, em Alagoas. Amanhã, conto mais um pouco sobre isso e sobre como eu me sentiria se fosse um estádio "meu" a ter seus episódios finais.
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25 de outubro de 2010 (Texto do blog Por Trás do Gol)

Só ontem pude perceber uma incrível coincidência. Este blog foi criado no mesmo dia da inauguração do maior estádio de futebol de Alagoas; a praça esportiva brasileira que recebe o nome de um ser genial: Rei Pelé.

Enquanto o Por Trás do Gol chega hoje ao seu segundo ano de existência, com bem menos fôlego que no seu início, o querido Trapichão alcança quarenta anos.

O Estádio Rei Pelé é membro cativo e deverá ser eterno na minha memória afetiva tão quanto o Rio São Francisco, o qual tive a tristeza de vê-lo bem seco em viagem nos últimos dias.

O orgulho que dava em chegar a Maceió nas viagens constantes quando criança e poder ver aquela imensidão situada perto da casa da minha avó, que só acentuava a minha paixão pelo futebol. Lembro da alegria de dizer em Aracaju que ela morava perto do Estádio, mesmo indo pouquíssimas vezes, até então, a ele.

Na primeira vez que fui, inclusive, com cerca de quatro anos, dormi durante o jogo do CSA contra o América-RN por causa do cansaço da viagem e ser acordado pelo meu pai para sairmos, já à noite.

Na volta à terra natal como habitante, em 2000, confundi a afirmação de um colega na nova escola ao dizer que morava perto do Trapichão e eu responder que "minha avó morava perto do Rei Pelé", sem saber que estávamos falando da mesma coisa.

A oportunidade de morar perto do estádio e poder ouvir o grito da torcida nos lances de gol...

Nada supera os jogos em companhia com meu parceiro futebolístico, o meu pai, aos jogos...

No Rei Pelé, pude ver dois grandes ídolos. Romário, em 2002, na derrota do Vasco para o CSA por 2 a 1, mas ainda com uma movimentação interessante perto da área. E Ronaldo, já um pouco gordo, com a seleção brasileira, em 2004, num empate sem gols com a Colômbia, mas, ao menos, com a Daniella Cicarelli dando tchauzinho para a torcida.

Nos últimos anos, convivemos com um rei "nú". Ele estava lá, mas funcionando como podia, algumas vezes até com menos da metade de sua capacidade cotidiana.

Sofremos mais ainda com o fechamento completo neste ano. Como se não bastasse o CSA fora da Primeira Divisão, não nos restava sequer o Estádio Rei Pelé aberto.

Passava de ônibus e parava o que estava fazendo para olhá-lo pela janela, saber a que pé andava sua reforma.

Não pude ir ao jogo que o reinaugurou, com a volta de Édson Arantes do Nascimento, mas me arrepiei ao ouvir os fortes gritos da torcida azulina no único clássico do ano contra o CRB, pelo Nordestão. Ele estava de volta!

Em três meses, fomos a seis jogos, entre Série D e Segundona do Alagoano e a cada partida podia sentir uma sensação diferente, com suas curiosidades diferentes a serem observadas, mesmo que sem o mesmo tempo de outrora para relatá-las.

De todos os momentos desta relação, o momento inesquecível se deu no final do ano passado, em que após uma partida da seletiva para a Copa do Brasil de futebol feminino, adentramos no gramado de futebol feminino, adentramos no gramado.

Meu pai parecia uma criança, empolgado durante e depois, ao chegar em casa, ao adentrar no palco do espetáculo pela primeira vez nos seus quase cinquenta anos. Eu fiquei muito satisfeito ao sentir de perto um dos melhores gramados do país. Sensação indescritível!

Por isso tudo, o que são dois anos deste blog perto dos quarenta do Estádio Rei Pelé, o Trapichão querido dos alagoanos?

Que seja eterno o Estádio que fez e faz tantas pessoas como eu felizes, tristes, mas profundamente marcadas pela paixão pelo futebol!

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