sexta-feira, 2 de março de 2012

[Gauchão 2012] Festa grená na vizinha Novo Hamburgo

Página para postar aberta há um tempo, Twitter com posts do jogo idem, leitura de alguns textos "alternativos" sobre a final também, mas nada de inspiração para escrever, dois dias depois, sobre a grande final da Taça Piratini.

Primeiro, é preciso que eu diga que a ideia original era escrever sobre o jogo entre Novo Hamburgo e Caxias assim que ele terminasse. Porém, como a decisão foi aos pênaltis e no dia seguinte tinha atividades de trabalho desde cedo, não pude fazê-lo.

Depois, é bem estranho ter de escrever sobre algo, de tamanha importância, dias depois que ele tenha ocorrido. Mas há uma parte boa. Enquanto a "grande" (?) mídia sul rio-grandense opta por focar na assinatura ou não de contrato para a reforma do Beira-Rio, é a chance, mesmo que pequena, de manter a final da Taça Piratini em relevância - mais que merecida.

TEMPOS DISTINTOS
Confesso que apesar de a TV estar ligada no jogo do Estádio do Vale, dividia as atenções com o primeiro jogo da final do Alagoano, entre os nossos representantes da Série B - ASA e CRB. Grande partida por sinal, 2 a 2, com variações ao longo do jogo. 

Ainda assim, pude ver um Caxias avassalador no início da partida. Botando pressão na casa do adversário, que só foi acordar depois de alguns minutos. E a primeira grande chance do jogo foi do Novo Hamburgo. Juba, um dos artilheiros do Gauchão 2012, recebeu de frente para Paulo Sérgio, mas estranhamente chutou pra fora - e quantos "tiros de meta" ainda veríamos até o final do jogo...

O Caxias seguia melhor. Numa das chances, o atacante Vanderlei tentou acertar um voleio na pequena área, mas a bola bateu na canela e subiu bem acima da trave de Eduardo Martini. Mas Vanderlei não desperdiçou a segunda chance. Recebeu sem marcação e com matada no peito e chute preciso abriu o placar da final. Caxias 1 a 0.

O meia Claiton, que ninguém sabe até agora porque Itamar Schulle começou com ele na reserva, entrou ainda na primeira etapa, no lugar de Pedrinho, para dar maior vazão ao ataque da casa.

O primeiro tempo ainda teve outro "tiro de meta" anilado, de Alexandre, e acabou com a vitória do clube da Serra Gaúcha sobre o time da local região do Vale dos Sinos.

No intervalo, apesar de usar boa parte dele para mostrar a frente do Beira-Rio sem energia elétrica, a emissora que transmite o Gauchão não soube enrolar o suficiente enquanto a ambulância do estádio encaminhava um torcedor do Caxias para o hospital. Minutos de tédio pela falta de criatividade da dupla narrador-comentarista, que ainda pagariam por isso depois...

A segunda etapa mostrou um jogo com muito mais volume de jogo do Novo Hamburgo, principalmente com excelente jogo de Claiton - que dizem as más línguas que está sendo observado por Grêmio e Palmeiras - e Márcio Hahn, o veterano que se multiplicou em todo o campo até sair por conta de cansaço muscular.

Wangler - ô nome difícil para eu lembrar como se escreve - perdeu a primeira oportunidade para o Caxias, ao "recuar" para Martini. Depois foi a vez do enfaixado Mendes temer colocar a cabeça machucada na bola e "recuar" para Paulo Sérgio, que trabalhou bem no balaço de Marlon.

O Novo Hamburgo começava uma blitz no ataque enquanto o Caxias apostava no contra-ataque. Curiosamente, foi a faixa de proteção na cabeça do atacante anilado que fez a diferença. Após um cruzamento da esquerda, Mendes bateu meio torto, de lado da cabeça, e tirou qualquer chance de defesa de Eduardo Martini. Novo Hamburgo 1 a 1.

Festa da torcida, que não parava de gritar "Olê, olê, olê, olá, Noia, Noia!" - que daria prisão em Alagoas. Além de bater bastões durante o jogo todo. O que agradecemos, pois fazia com que a dupla da emissora de TV mal se ouvissem. Só não foi mais perfeito porque nós ainda podíamos ouvi-los falando...

Paulinho Macaíba, o herói (do CSA em 2008 e) da classificação na semifinal ainda entrou no segundo tempo, mas pouco apareceu. O Noia até que tentou chegar, mas não contou com um bom dia para o artilheiro Juba, que chegou a desperdiçar outra clara chance de gol.

O 1 a 1 no placar acabou sendo um mal resultado pelo que o Novo Hamburgo atacou e criou oportunidades, mas excelente para o nível das duas equipes, as melhores até aqui no Estadual. Além de garantir, pelo segundo ano consecutivo, uma decisão nos pênaltis da Taça Piratini - mas sem a necessidade de acréscimo "eternos" para que isso ocorresse.

O PRENÚNCIO DOS PÊNALTIS
Um dos amigos que moram comigo resolveu assistir o final da partida comigo. Torcia pelo Novo Hamburgo pela proximidade, mas quando foi aos pênaltis me disse com pesar: "Eu dou azar em pênaltis"...

Nunca vi tanta gente do Novo Hamburgo antes da cobrança dos penais. Diretores, jogadores de categorias de base, todo mundo "expulso" de campo por Vuaden. Enquanto isso, o Caxias queria inventar "moda" e colocar os jogadores reservas e comissão técnica do outro lado do campo, para ficar do lado da torcida. O quarto árbitro pedindo para que eles fossem  ao outro lado e o técnico Paulo Porto mandando que eles ficassem...

As cobranças começaram com Paulinho Macaíba. Bola para o lado esquerdo, goleiro do lado oposto. Seria perfeito se ela não tivesse triscado na trave e ido para fora.

Mas não foi tão problemático porque o filósofo Mateus fez tudo do lado inverso, com a exceção da bola sequer ter batido na trave. Afinal, como diria ele no final da partida, "só bate quem erra".

Alternadamente, Novo Hamburgo e Caxias acertaram os dois pênaltis seguintes, com Pedro Silva e Michel. 

Claiton, um dos destaques anilados, foi para a cobrança seguinte e "recuou" para Paulo Sérgio, que acertou o canto e só fez segurar a bola. Martini até tentou igualar tudo, acertou o lado na cobrança de Humberto e até tocou na bola, mas ela entrou.

Marlon e Paraná ainda acertaram os seus, bastando um gol do Caxias para o título ou o erro de Mendes para que isso ocorresse. E ocorreu. Imitando grandes craques do futebol mundial, casos de Elano, Roberto Baggio e David Beckham, vimos outro "tiro de meta" anilado. Final: Caxias 3 a 2 Novo Hamburgo.

O campeão gaúcho de 2000 vence a Taça Piratini nos pênaltis fora de casa e é finalista do Gauchão 2012, garantindo vaga na Copa do Brasil de 2013! Haja vinho para comemorar na Serra gaúcha!



Fotos: http://todacancha.wordpress.com

2 comentários:

  1. Bela cobertura. E, puxando a sardinha para o alagoano, já comecei o aquecimento para a série B torcendo muito para o ASA na final do turno.
    Mas parece-me que vai dar CRB, infelizmente.

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  2. Bruno, eu ainda teimo em acreditar no ASA, mas o CRB tem um elenco melhor. Finalmente alguém em Alagoas resolveu manter a base do time que jogou no semestre anterior.

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