domingo, 6 de março de 2011

Em busca do El Dorado: Despedidas III


Eu comentei no início que vinha pensando nestes textos de despedidas há algum tempo, mas esqueci de citar duas fontes importantes para elaboração dos mesmos, apesar de fugir um pouco do que foi feito.

O primeiro texto foi "Cordialmente seu", de Miguel Falabella em sua coluna até então mensal na IstoÉ. É uma despedida da coluna, já que ele irá escrever mais uma novela na Rede Globo. Falabella está longe de ser ídolo meu, mas tem certas coisas no texto dele que são interessantes.

Uma delas é:

"Apenas as palavras, cada uma delas, todas arrumadas, em seus vestidos alegres, as bocas vermelhas, agrupadas para uma fotografia num dia claro de verão. As palavras que dissemos e, principalmente, aquelas que não conseguimos dizer a tempo, antes que partisse o avião. Se alguma coisa sobrar, vão ser essas palavras, não tenho dúvida".

Uma das minhas preocupações no início de fevereiro era ter chateado alguém que não queria chatear. Sair de Maceió com pessoas queridas, mas que o tempo e as atividades nos fizeram ir para lados opostos, algo bem comum para alguém que tenta ser desapegado de outras pessoas, que nem eu. Consegui resolver o que poderia ser um problema dias depois numa conversa com uma dessas pessoas.

Por incrível que pareça - ou porque as pessoas queriam comemorar minha saída de suas vidas -, tive três despedidas. A primeira foi a do trabalho, numa pizzaria sábado antepassado, apesar de trabalhar ainda até a sexta-feira passada. Não teve muita conversa por deficiências do espaço, maximizadas por uma rápida chuva.

A segunda foi no dia seguinte, domingo. Os companheiros do Núcleo de Estudos Cepcom resolveram almoçar juntos numa churrascaria. Marcaram para um lugar longe, eu estava sem vontade de sair de casa, mas fui convencido a ir e fiz uma baita força para isso. Conversamos na medida do possível para um lugar tão cheio.

A última delas foi na quinta-feira, com colegas da época da Ufal, em outra pizzaria. Foi bem legal rever as pessoas pela última vez antes da viagem e consegui me divertir bem. Pena que a noite não tenha terminado bem com a necessidade de fugir de um ônibus sendo depredado.

A outra fonte foi um blog de outro colega da Ufal, que foi para o outro Rio Grande fazer Mestrado, o qual chegou uma semana antes da minha viagem ao Sul. Renato Medeiros escreve um pouco da sua trajetória em Etnografia Potiguar.

Para finalizar, não é muito a minha praia - nem de praia eu gosto -, mas queria agradecer no final deste texto a todos os verdadeiros companheiros que apareceram durante esses onze anos de Maceió, em especialmente os que tiveram a preocupação de pegar um pouco dos seus tempos para gastar com alguém que nem eu, que não preza por amizades.

Devo ficar um tempo sem ter acesso a internet, mas quando possível o Em busca do El Dorado entrará no Dialética Terrestre para contar as aventuras deste imigrante nordestino no Rio Grande do Sul.

Um comentário:

  1. pois é, anderson, eu também andei um tanto saudosista antes de viajar e acabei escrevendo um pouco sobre isso no meu blog... bem menos do que vc, pra falar a verdade, já que eu nunca estava com o pc por perto quando a inspiração batia.. mas é isso, vamos em busca do el dorado! fiquei super orgulhoso de vc quando li que parte da sua decisão foi em razão de não queimar o nosso grupo de pesquisa, é uma atitude corajosa e digna de respeito e admiração! parabéns, companheiro!!!

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