domingo, 23 de novembro de 2008

Fome ... - Parte II

Na segunda parte apresenta-se alternativas para esse processo, só que grande parte das alternativas dependeriam a priori dos países desenvolvidos, que deveriam tirar dos outros países a situação colonial que impediu a maioria dos de Terceiro Mundo a se desenvolver em tempo hábil, já que até os dias de hoje nenhum país conseguiu avançar uma escala no espaço sócio-econômico mundial. Sem falar que num mundo onde a ciência e a técnica se apresentam deveras desenvolvidas, como ninguém busca um método para beneficiar áreas onde os alimento não podem ser produzidos? Cita o exemplo de um programa que transforma elementos derivados de petróleo em alimentos, o melaço da cana que pode ser utilizado em outros alimentos, além de várias outras formas que poderiam ter sido criadas, passando para hoje, do mesmo jeito que há estudos sobre biocombustíveis devido ao fim dos recursos petrolíferos, poderia ter-se criado algo para evitar, ao menos, que as novas gerações estejam a mercê de ajudas comunitárias que poucas vezes chegam para acabar com a fome. O autor coloca que o problema da poluição teve seu início com a colonização dos países desenvolvidos, onde foram extraídas várias espécies, que hoje se apresentam em extinção e poderiam ser alternativas para os outros países, além de que os países por serem subdesenvolvidos não se acham na obrigação de se preocupar com a poluição, algo que até hoje se apresenta dessa forma.
A terceira parte tem o título do livro que o fez ficar conhecido, “Geografia da Fome”, e fala como ocorreu a preocupação dos outros locais do mundo para com esses “primos pobres”. Começa com o prólogo do livro que escreveu para uma editora americana e para um público americano, explicando coisas que para nós, principalmente do nordeste, que são conhecidas, mas que para outras pessoas não são; além de aspectos que ele porá no livro que se seguiria ao trecho, desconhecidos até por quem mora na região, que poderiam surgir como fantasias suas. Das reuniões que ocorreram para se pensar aspectos que diminuiriam essa penúria nada fixo foi resolvido, a proposta de a década 60-70 ser a de diminuir o subdesenvolvimento através do envio de 1% de suas riquezas produzidas por esses países e o maior investimento de empresas nos de Terceiro Mundo. Algo que não foi visto apesar das reuniões de Nova Déli e Bandung, e que não ocorreram em nenhum outro momento da história desse mundo.
Como o autor coloca num trecho de seu livro, no mundo há 2/3 que vivem numa situação de fome, seja ela extrema ou de quase penúria, e outros 1/3 que não dormem com medo dos outros. Mesmo após grandes estudos realizados por esse médico, não existiu nenhuma alternativa nem no seu próprio país frente a uma situação que ocorre em várias partes brasileiras, a não ser o clássico paternalismo, o que ocorreu foi de origem da própria sociedade que procurou a união em prol de objetivos comuns, talvez seja isso o que devam fazer, se unir em busca de soluções que o poder público deveria tomar.


(CASTRO, Josué de. Fome: um tema proibido – últimos escritos de Josué de Castro. Anna Maria de Castro (org.). 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, 242 p.).

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