Primeiro dia do 1er. Encuentro de Investigadores em Comunicación Cepos-"Indústrias Culturales"/UNQ, na Universidad de Quilmes. Que dia helado!!! Nosso café da manhã foi acompanhado por notícias do telejornal matutino e de quem chegava ao hotel, dando conta que a sensação térmica era negativa (-1º ou -2º). Ou seja, ótimo dia para se sair de qualquer lugar onde se está...
Após um período de espera pela van que nos levaria a Quilmes - pois é, raro momento na vida deste jovem pesquisador em que a organização do evento nos busca para participar do mesmo... - atravessamos Buenos Aires para chegar na Universidad de Quilmes. Primeiro, é importante dizer que a universidade é totalmente diferente do Brasil, a começar pelo tamanho, já que o prédio é um só, em que se tem uma imensidão de salas, restaurante universitário e tudo o mais.
Ponto positivo: bandeiras e faixas do movimento estudantil espalhados pelo corredor principal, dentre os quais se destaca a exigência das Ilhas Malvinas contra os britânicos; mas que também tem estudantes destes movimentos ali, próximos, para dialogar com quem quiser, sendo eles, aparentemente, de diferentes correntes políticas.
Ponto negativo: os professores ganham muito mal na Argentina. O que poderia ser o "paraíso" das manifestações sociais nas ruas, nas praças e nas universidades, não consegue manter os docentes do ensino superior, que são obrigados a trabalhar em pelo menos duas para conseguir se manter - e com um soldo bem menor que o de um professor no Brasil. Ah, isso num país que é um dos mais alfabetizados da América Latina, anos-luz do nosso país.
Como coloquei no início do texto, hoje começou o encontro com o grupo de pesquisa local que, pelo que me disse um dos líderes do mesmo, por ter um nome médio - grande mesmo é o do NIEG e ninguém ganha da gente! -, fica algo como "Industrias Culturales".
Já conhecia alguns estudantes daqui, dos mais diferentes níveis, por conta da ALAIC, no mês passado no Uruguai. Inclusive, um deles, que trabalha a história dos direitos de transmissão do Campeonato Argentino como trabalho de conclusão da licenciatura em Comunicação (se não me engano), eu conversei muito com em Montevidéu e troquei alguns artigos sobre nossas pesquisas.
EVENTO
Na parte da manhã, algumas pesquisas sobre a produção noticiosa em meios impressos, com análises que juntam a análise de conteúdo, a análise de discurso e análises com critérios pré-definidos para perceber a produção do The Economist sobre a "farsa com o nome de crise"; como os meios gráficos trataram das políticas de comunicação antes dos governos Kirchner; e, por fim, o conflito agrário com o governo argentino de alguns anos atrás.
Ah, aqui o evento deveria ter começado às 10h30, num horário um pouco distante do que estamos acostumados, mas o diálogo das perspectivas teórico-metodológicas das pesquisas foi muito interessante, gerando uma discussão sobre a apropriação de determinados métodos pela EPC, os limites e tensionamentos de utilizá-los.
Depois de um almoço com um bom pedaço de carne e um sorvete em forma de alfajor incrível, a segunda parte do encontro teve discussões sobre a implantação da TV digital no Brasil, com o predomínio da Rede Globo; a mudança nos negócios da televisão com a amplitude da transnacionalização do capital; uma discussão sobre uma tematização de meios públicos a partir da Economia Política; e a pesquisa que eu já citei, sobre os direitos de transmissão do Campeonato Argentino.
Ah, tentei fazer algumas colocações e a primeira coisa que fizeram foi provocar quanto ao jogo de sábado, achando que eu queria perguntar quem venceria a partida ou se Neymar era ou não melhor que Messi - se é que entendi bem, pois estava preocupado em tentar me fazer entender que nos comentários que apareceram durante...
Na volta do "lanche", foi a vez de eu apresentar a minha pesquisa. Creio que consegui "resumir" o que pude, especialmente para essa altura do "campeonato" e apontar as curiosidades sobre o caso brasileiro, com destaque para a última licitação, para as edições de 2012 e 2014 - na volta do jantar, à noite, brincaram comigo por não ter tratado da Copa de 1950 no histórico da relação entre mídia e futebol rsrsrsrsrs; expliquei o porquê e disse que, ao contrário do Uruguai, que tratei do assunto, também preferi omitir a minha opinião que Pelé é melhor que Maradona, como fiz na ALAIC.
Deram prosseguimento na última parte do dia, um estudo sobre as TVs universitárias no Brasil; as políticas de comunicação para o cinema e para a TV a cabo aqui na Argentina; e, por fim, uma proposta inicial de estudo para analisar a diversidade cultural na TV argentina.
Por fim, o dia gelado de Buenos Aires terminou com um almoço com todos do nosso grupo de pesquisa e alguns pesquisadores do grupo argentino num restaurante a algumas quadras do nosso hotel. Haja comida!
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