domingo, 10 de junho de 2012

[En busca de El Dorado] Brasileños y el aeropuerto

Já em território brasileiro (ou seria da República Rio-Grandense?), o último texto sobre os dias na Argentina não vai ser sobre as compras para nos "livrar" dos pesos argentinos no sábado de manhã, nem mesmo sobre o quanto os argentinos estavam ansiosos pelo clássico marcado para iniciar enquanto eu estava no voo. Mais emocionante que os 4 a 3 da Argentina sobre o Brasil foi a "jornada" no Aeroporto Aeroparque.

No Uruguai, no mês passado, ao passar pela "extradição" de lá para registrar minha chegada naquele país, tive que assinar uma ficha com um monte de informações e, ainda assim, confirmá-las num guichês. Ali já me avisaram que não poderia perder aquele papelzinho, com o carimbo com a data da minha chegada, por nada. Caso contrário, eu teria problemas para voltar ao Brasil.

No caso da Argentina, estranhei que ninguém no voo nos deu nada para preencher. Porém, assim que chegamos no prédio do aeroporto já temos uma fila a enfrentar, de forma que temos que tirar foto, deixar digital, informar o local onde iremos ficar e pegamos um papel, parecendo uma nota fiscal das mais simples, com o carimbo de entrada. Creio que a atendente tenha me avisado de guardar o papel, mas imaginava que fosse assim pela experiência recente no país vizinho e por ter lido sobre o assunto antes de viajar para o Uruguai, por mais que sejam países que compõem o Mercosul.

Tudo isso para dizer que na volta, um dos colegas de viagem achou que havia perdido o papel, deixado no hotel em parte porque ele parecia mais uma conta do que um documento oficial. A informação que se tem é que quem perde este documento tem que pagar 100 pesos argentinos (50 reais) se for do Mercosul ou 300 pesos argentinos (150 reais) se for de fora da área que conforma o Mercado Comum do Cone Sul - que permite, por exemplo, não precisarmos de passaporte para andar por lá.

Acabamos encontrando uma brasileira, de Santa Catarina, com problema parecido. Ela estava desesperada porque não tinha dinheiro algum e estava com o cartão bloqueado. Vá lá que acho que por se tratar de uma área comum talvez não fosse tão problemático, mas de fato, pelo menos é o que eu faço, sempre me preocupo em saber das coisas e informações que são extremamente necessárias numa viagem, ainda mais se tratando de outro país.

O mais esquisito foi a mudança no preço da tarifa a ser paga em cada lugar. No guichê de "extradição" era 100 pesos, no guichê de informações do aeroporto já aumentou para 300 pesos e na polícia o valor informado era 110 pesos. Depois de muita reclamação, o nosso colega acabou encontrando o dele (!) e a brasileira, após termos feito uma vaquinha para ajudá-la, o pessoal do primeiro guichê disse que com o boletim de ocorrência da polícia não se pagava nada.

Ainda houve reclamação com a responsável da companhia de viagens sobre o assunto, mas ela falou que geralmente não se paga a taxa por perda do documento, mas isso deveria ser feito até mesmo para que as pessoas tenham mais cuidado com essas coisas. Acho até que ela está certa, pois é a única forma de controle do país em relação à entrada e saída das pessoas e se perdermos outros tipos de documentos no Brasil sempre teremos que pagar uma taxa para fazer uma segunda via. Porém, se o guichê de informações do aeroporto não passa uma informação correta isso é um grande problema.

Acabou que ela sentou do meu lado no avião e me contou que estava passando por um momento não muito bom, por isso tamanho desespero. Curiosamente, ela nasceu em Erechim-RS, mas foi morar há algum tempo em Santa Catarina porque o, agora, ex-marido foi trabalhar no lançamento do Diário Catarinense (Grupo RBS) por lá e ficou - até resolver abandonar a pressão da redação e ir trabalhar numa assessoria de comunicação de órgão público.

Tirando este contratempo, chegamos bem em Porto Alegre, na hora certa. Quer dizer, um de nós ficou sem um pote de doce de leite porque foi um dos selecionados pela PF para passar no Raio-X - laticínios e demais derivados de leite, frutas, etc. não podem entrar noutro país por conta de acordo agrícola (eu também sabia disso, não é à toa que não comprei o delicioso dulce de leche uruguaio).

Enquanto tod@s foram embora, eu fiquei no aeroporto acompanhando os 30 minutos finais de Brasil X Argentina, mas isso é assunto para uma Por Trás do Gol. Para encerrar, afirmo a extrema alegria de ter feito essa viagem, encontrado pesquisadores tão bons, críticos e simpáticos, como nossos colegas argentinos de Economia Política de Comunicação, e uma cidade em que ser politizado é "natural", independente de vertente ideológica, enquanto que no Brasil é ser visto de forma negativa - na Academia então...

Um comentário:

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