Phelipe Caldas é um dos melhores textos sobre futebol e vida que eu conheço no Brasil. Jornalista de formação e antropólogo de mestrado e doutorado, creio que essa nova experiência ampliou o olhar sobre o jogo e aprimorou, se é que era possível, a forma em que observa as torcidas e este esporte.
"O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba" reflete bem isso, com o bônus da apresentação dos critérios de pesquisa e como foi necessário que ele se distanciasse da "objetividade jornalística" para se aproximar com o seu objeto de investigação. Vale muito a pena ler tanto para quem é apaixonado por futebol quanto para quem quer se aventurar na pesquisa acadêmica.
Referência:
CALDAS, P. O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba. São Paulo: Ludopédio, 2023.
Capirotinho está na minha lista de quadrinhos vistos na internet e, principalmente, quando sai um compêndio com algumas delas. "Vambora" promete trazer uma personagem menos ácida do que no livro anterior, escrito durante a pandemia. Conseguiu em parte, até porque não tem como deixar de ser ácido porque as pessoas seguem com problemas para se lidar no cotidiano.
Referência
INFANTE, G. Vambora: O Capirotinho. Ipatinga: Ed. do autor, 2023.
Aira Bonfim dispensa apresentações quando se pesquisa futebol de mulheres no Brasil, tendo papel muito importante na difusão do tema a partir do Museu do Futebol (mas não só).
"Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941)" é uma versão da dissertação de Aira em História, Política e Bens Culturais pela FGV-RJ editada pela própria editora, numa edição de "luxo", talvez a melhor que tive acesso sobre futebol desde que me entendo enquanto pesquisador do tema.
Aqui, quanto ao conteúdo, vamos conhecer, dentre outras coisas, a importância do circo para a difusão do futebol de mulheres na fase anterior à proibição, passando ainda pela mudança das narrativas sobre esta prática enquanto entretenimento até a pressão para que as mulheres não pudessem jogar este esporte. Essencial para entender esse processo prévio numa modalidade de pesquisa que cresce bastante dentre os futebóis possíveis.
Referência
BONFIM, A. Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941). São Paulo: Ed. da Autora, 2023.
Dos melhores livros de ficção com futebol que eu já li! O livro que traz uma das frases mais marcantes do saudoso Zagallo é, na verdade, uma representação das marcas culturais afrobrasileiras para o futebol enquanto elemento social relevante. Um resgate a partir de personagens riquíssimas, com destaque para Fominha, a camisa 10 da Seleção. Isso mesmo, a primeira jogadora a atuar na seleção masculina.
O livro é entremeado de capítulos-contos que apresentam como a seleção de 2022 escapa de uma tragédia aérea e alimentícia com cada titular sendo apresentada e apresentado; além de trazer outras figuras históricas. Livraço!
Referência
TRUCCO, G. Vocês vão ter que me engolir. Santos: Dolores, 2022.