sexta-feira, 4 de outubro de 2024

2024.19 Macunaíma

Findada a fase de leituras "Carlos Drummond de Andrade", segui para um box do Mário de Andrade. Pioneiro do movimento modernista brasileiro, é um autor clássico do século XX no país.

Comecei com "Macunaíma", o heroi brasileiro com a frase clássica sobre a preguiça, mas movido por diferentes tipos de crenças distintas para percorrer o Brasil aprontando ou fugindo de problemas (que, normalmente, ele mesmo cria).

Em termos de linguagem, há uma dificuldade pelas matrizes diferentes das palavras utilizadas, considerando que o protagonista é indígena. Além disso, se é um livro excelente para adaptar para um modelo seriado audiovisual, precisei ter mais atenção para não fazer uma leitura sem continuidade.

Referência

ANDRADE, M. de. Macunaíma. Barueri: Novo Século, 2017.
 

 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

2024.18 Uma forma de saudade

 

Com "Uma forma de saudade - Páginas de diário" encerro a sequência de livros de Carlos Drummond de Andrade. Como o próprio subtítulo indica, trata-se de registros que o autor fazia sobre os dias dele. Aqui, separados por personagens que marcaram a vida do poeta. Na reta final, para dialogar com a parte de registro, há ainda um conjunto de poemas.

Referência

ANDRADE,  C. D. de. Uma forma de saudade: Páginas de diário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017

domingo, 15 de setembro de 2024

2024.16 Passeios na Ilha/ 2024.17 Cosmo-Agonia


 "Passeios na Ilha" é o último livro desta imersão na obra (que tenho em casa) de Carlos Drummond de Andrade. Mais um caso de colunas dele em jornal, o "Correio da Manhã". Neste caso, há mistura de versos, escritas e comentários de outros livros e autores. Aqui, junto com agenda cheia de trabalho, fui aos poucos, mas sem me prender tanto quanto em "O poder ultrajovem".

Referência

ANDRADE, C. D. de. Passeios na Ilha. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

Cosmo-Agonia chegou até mim por uma amiga da minha companheira, ao saber que eu gostava de quadrinhos. Escrito por Daniel Figueiredo, professor da Universidade Federal da Paraíba, traz uma discussão mítico-filosófica sobre "a origem da finitude", com sua relação com a eternidade, o amor e o universo.

Referência

FIGUEIREDO, D. Cosmo-Agonia: ou sobre a origem da finitude - Parte II. João Pessoa: Cruzador Pirata, 2023.



 

sexta-feira, 31 de maio de 2024

2024.15 O Jardim

"O Jardim" é uma publicação da Companhia das Letrinhas que une versos de Carlos Drummond de Andrade com ilustrações de Atak. Livro muito bonito e que pode ser uma porta de entrada interessante para crianças para versos.

Referência
ANDRADA, C. D.; ATAK. O Jardim. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2015


 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

2024.14 O poder ultrajovem

 

"O Poder Ultrajovem" é uma coletânea de contos e crônicas de Carlos Drummond de Andrade inicialmente publicados no Jornal do Brasil em 1969 e 1970. O período é o do AI5, mas também do tricampeonato mundial do Brasil. O cotidiano do país estava muito movimentado naquele momento e Drummond passa, direta ou indiretamente, por tudo isso.

Referência

ANDRADE, C. D. O poder ultrajovem. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

2024.13 O homem que fazia chover


"O homem que fazia chover & outras histórias de Carlos Drummond de Andrade" é um compêndio da Companhia das Letras para um selo específico ("Boa Companhia") com contos, fábulas e crônicas do autor mineiro.

Eu tenho dificuldades com textos muito curtos, com contos e crônicas atingindo o limite daquilo que me alcança de atenção. Talvez por isso, a história que dá nome ao livro me deu a impressão de que deu uma ótima capa, bem diagramada, mas não foi a que mais me interessou. Dele, destaco "O outro marido", "Morte na obra", "Apólice" (que pretendo usar em sala de aula para os cursos de gestão) e "Nascer" (ainda que por ser triste). 

Referência

ANDRADE, C. D. de. O homem que fazia chover & outras histórias de Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Boa Companhia, 2013.

terça-feira, 14 de maio de 2024

2024.10 A Falência/ 2024.11 A Viúva Simões/ 2024.12 A Intrusa

Este registro de livros lidos marca, na verdade, a leitura de um box com "Obras essenciais de Júlia Lopes de Almeida", escritora importante do Realismo brasileiro, mas pouco conhecida no geral, com republicações nos últimos 10 anos.

"A Falência" apresenta uma personagem que se casa para novas possibilidades de vida, mas tem um relacionamento em paralelo com um médico que vive na sua casa, respeitado pelo marido que atua com produção agrícola. Além disso, há uma prima que cresce tomando conta da casa. É a história do processo de "falência" a partir de distintas personagens que somos colocados em diferentes perspectivas.

Referência
ALMEIDA, J. L. de. A Falência. Jundiaí: Principis, 2019.

"A Viúva Simões" também parte de duas mulheres, mãe e filha. Aqui, a mãe viúva que se vê apaixonada novamente por um amor da juventude, justamente por quem saiu para a Europa e a instigou a adiantar o casamento. O caminho final parte para determinada situação ainda mais complicada, ainda que consigamos esperar por isso a cada página.

Referência
ALMEIDA, J. L. de. A Viúva Simões. Jundiaí: Principis, 2019.

Por fim, em "A Intrusa", ainda que o título também indique uma mulher, Alice, nós sabemos dela a partir do que homens e outras mulheres comentam. Talvez seja o final menos óbvio, mas também menos dramático dos três livros deste box.

Referência
ALMEIDA, J. L. de. A Intrusa. Jundiaí: Principis, 2019.
 


sábado, 30 de março de 2024

2024.8 Mad Marx/ 2024.9 Para que sua monografia não vire um abacaxi!!!


"Mad Marx" começa com Marx e Engels sendo trazidos de volta para uma era apocalíptica tecnológica para tentar colocar em prática um processo revolucionário com um diverso grupo já existente. Para a minha surpresa, é apenas a introdução do universo criado por Alexandre Esquitini e Jeferson Rocha, com promessa de continuidade.

Referência

ESQUITINI, A.; ROCHA, J. Mad Marx. Paulíniea: Mistifório, 2024.

Como o próprio título indica, "Para que sua monografia não vire um abacaxi!!!" traz uma série de dicas de Eveline Athayde para fazer qualquer tipo de monografia de conclusão de curso andar, destacando erros comuns e como não se deve criar alta expectativa ou, pior, tirar a própria responsabilidade daquilo que se pretende fazer.

Referência
ATHAYDE, E. Para que sua monografia não vire um abacaxi!!! São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2022.

sexta-feira, 1 de março de 2024

2024.5 Os Testamentos/ 2024.6 Maceyobissínia/ 2024.7 Torcidas

 

Comecei a ler "Os Testamentos" achando que não iam dar conta pelo tamanho e a volta ao trabalho. Porém, Margaret Atwood, para variar, constrói muito bem a história a partir de relatos de três mulheres, com uma boa surpresa nessa continuidade d'O Conto da Aia - que li anos atrás e vi 4 temporadas da série.

Uma autora que vai se constituindo enquanto alguém que quero ler mais coisas sempre. Creio que já foram, com este, três livros, ainda que em alguns eu não tenha sido pego tanto quanto neste.

Referência

ATWOOD, M. Os Testamentos. Rio de Janeiro: Rocco, 2019.

Sou suspeito para falar de Paulo Victor de Oliveira. Além de amigo, ou justamente por ser, várias vezes fico surpreso com o tanto de informação sobre Alagoas e, especialmente, as trajetórias negras aqui em Maceió que ele tem e repassa. Quem não o conhece enquanto pesquisador perde muito!

Assim, conhecia algumas coisas de "Maceyobissínia: Trajetórias negras em Maceió e sua representação" das conversas, de leitura rápida de prévia da dissertação (da qual o livro é oriundo) e da própria defesa. Há críticas muito bem apontadas sobre várias figuras quase que intocáveis no que se trata de cultura local. Além disso, uma ponderação fundamental sobre o "Quebra de 1912": as trajetórias negras não pararam, ainda que sempre com tentativas de silenciamento.

Enfim, livro fundamental para entender Maceió.

Referência

OLIVEIRA, P. V. de. Maceyobissínia: Trajetórias negras em Maceió e sua representação. Maceió: EDUFAL, 2023.

Hans Ulrich Gumbrecht talvez represente o autor que cito com alguma frequência e que é mais distante da minha base teórico-metodológica. Uso, especialmente, quando ele trata do torcer e as possíveis limitações das últimas décadas quanto a isso.

"Torcidas: O estádio como ritual de intensidade", de certa forma, reflete isso. Avalio que tem mais um caráter de ensaio, a partir das experiências do autor em estádios, mas com categorias a serem analisadas sobre este processo que podem ser melhor trabalhadas em outras pesquisas - ligadas à sua vertente teórica.

Referência

GUMBRECHT, H. U. Torcidas. São Paulo: Editora Unesp, 2023.


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

2024.1 O Belo e suas torcidas/ 2024.2 Vambora/ 2024.3 Futebol feminino no Brasil/ 2024.4 Vocês vão ter que me engolir


Phelipe Caldas é um dos melhores textos sobre futebol e vida que eu conheço no Brasil. Jornalista de formação e antropólogo de mestrado e doutorado, creio que essa nova experiência ampliou o olhar sobre o jogo e aprimorou, se é que era possível, a forma em que observa as torcidas e este esporte.

"O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba" reflete bem isso, com o bônus da apresentação dos critérios de pesquisa e como foi necessário que ele se distanciasse da "objetividade jornalística" para se aproximar com o seu objeto de investigação. Vale muito a pena ler tanto para quem é apaixonado por futebol quanto para quem quer se aventurar na pesquisa acadêmica.

Referência:

CALDAS, P. O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba. São Paulo: Ludopédio, 2023.

Capirotinho está na minha lista de quadrinhos vistos na internet e, principalmente, quando sai um compêndio com algumas delas. "Vambora" promete trazer uma personagem menos ácida do que no livro anterior, escrito durante a pandemia. Conseguiu em parte, até porque não tem como deixar de ser ácido porque as pessoas seguem com problemas para se lidar no cotidiano.

Referência
INFANTE, G. Vambora: O Capirotinho. Ipatinga: Ed. do autor, 2023.

Aira Bonfim dispensa apresentações quando se pesquisa futebol de mulheres no Brasil, tendo papel muito importante na difusão do tema a partir do Museu do Futebol (mas não só).

"Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941)" é uma versão da dissertação de Aira em História, Política e Bens Culturais pela FGV-RJ editada pela própria editora, numa edição de "luxo", talvez a melhor que tive acesso sobre futebol desde que me entendo enquanto pesquisador do tema. 

Aqui, quanto ao conteúdo, vamos conhecer, dentre outras coisas, a importância do circo para a difusão do futebol de mulheres na fase anterior à proibição, passando ainda pela mudança das narrativas sobre esta prática enquanto entretenimento até a pressão para que as mulheres não pudessem jogar este esporte. Essencial para entender esse processo prévio numa modalidade de pesquisa que cresce bastante dentre os futebóis possíveis.

Referência
BONFIM, A. Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941). São Paulo: Ed. da Autora, 2023.

Dos melhores livros de ficção com futebol que eu já li! O livro que traz uma das frases mais marcantes do saudoso Zagallo é, na verdade, uma representação das marcas culturais afrobrasileiras para o futebol enquanto elemento social relevante. Um resgate a partir de personagens riquíssimas, com destaque para Fominha, a camisa 10 da Seleção. Isso mesmo, a primeira jogadora a atuar na seleção masculina.

O livro é entremeado de capítulos-contos que apresentam como a seleção de 2022 escapa de uma tragédia aérea e alimentícia com cada titular sendo apresentada e apresentado; além de trazer outras figuras históricas. Livraço!

Referência
TRUCCO, G. Vocês vão ter que me engolir. Santos: Dolores, 2022.