domingo, 28 de setembro de 2014

Crónica de una muerte anunciada

"El día en que lo iban a matar, Santiago Nasar se levantó a las 5.30 de la mañana para esperar el buque en que llegaba el obispo. Había soñado que atravesaba un bosque de hinguerones donde caía una llovizna tierna, y por un instante fue feliz en el sueño, pero al despertar se sintió por completo salpicado de cagada de pájaros".

Es así que comienza "Crónica de una muerte anunciada", libro publicado em 1981 por Gabriel García Marquez (1927-2014), basado en una historia real ocurrida en 1951 en un pequeño y isolado pueblo en la cuesta del Caribe. Sabemos que Santiago Nasar iba a morir, asesinado, desde las primeras líneas del libro.

Desde allí somos presentados a varios personajes, cada cual con una opinión distinta sobre el muerto e, especialmente, do porque que nadie consiguió avisarlo que iba a morir, afinal, toda la ciudad, y hasta nosotros lectores, ya sepa que Santiago moriría. Con pocas páginas, hasta los asesinos, los hermanos gemelos Vicários, nosotros ya conocemos.

Tuve que leer el libro, que es pequeño, para una prueba del curso de Español y pude hablar com mis compañeros de clase sobre el libro antes de la conversa con el profesor. La grand cuantidad de personajes (vea una tabla con todos ellos abajo) y, principalmente, las palabras específicas del pueblo colombiano, algunas fuera de importantes diccionarios, surgieran como grandes dificultades para el entendimiento.

Otra reclamación fueron las idas y venidas de la história, saliendo del histórico de cada personaje, desde los tiempos de escuela al día anterior; y después a la mañana del crímen a 23 años después, cuando el narrador, que era amigo del muerto, resulve escribir la crónica sobre la história. Para mí, fue algo interesante, hasta porque García Marquez fue periodista y a mí me gusta escribir crónicas, aún que con bien menos cualidad que él.

Porque mismo que sabemos que Santiago iba a morir, que los hermanos Vicário lo matarán - mismo que a veces pareça que no quieran -, hay cosas que no tenemos como saber y el misterio sigue mismo con el final de la crónica.

Pues, bon vivant, Santiago Nasar es acusado de tener rompido la vingindade de Ângela Vicário, pero no tenemos certeza que eso ocurrira en momento algun del libro, por el contrario. Ficó por la fama de galanteador. Podría ser el propio narrador, que bebió hasta altas horas con Santiago, los propios hermanos Vicario e otros amigos después de la festa de bodas? Podría ser Cristo, el amigo que no piensa que Nasar podría ir a la casa de la novía - donde finalmente descubre que estaba marcado para morir -, pero que es un de los pocos a intentar impedir los Vicários?

Otra cosa curiosa es como Ângela no quisiera esconder eso a su marido, Bayardo San Román, pero después del abandono se enamora de él e pasa a enviar cartas, hasta que él vuelve a encontrarla e nosostros no sabemos el motivo, que ocurre 23 años después. Será que fue el propio Bayardo, que salia de ciudad en ciudad supostamente para encontrar una esposa?

Con certeza, un libro para leer en otros momentos para ver se las conclusiones cambian. Aún que con formatos distintos, cuya la dúda alimenta varias investigaciones en los estudios literarios, parece con que ocurre con Dom Casmurro, del brasileño Machado de Assis - escritor de un libro cuyo protagonista sabemos que muere desde que el libro empieza, en Memórias Póstumas de Brás Cubas.

BIBLIOGRAFÍA
GARCÍA MARQUEZ, Gabriel (2003). Crónica de una muerte anunciada. Barcelona, De Bolsillo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Mídia, religião e o marco regulatório

No dia 16 de setembro ocorreu o terceiro dos debates com candidatos a presidente da República. Desta vez, o local foi o Santuário de Aparecida (SP), sede da TV Aparecida, que transmitiu em rede com outros “meios de comunicação de inspiração católica”. Dentre os temas abordados, o marco regulatório da comunicação voltou a ser colocado, novamente por quem representava uma concessionária de TV.

Organizado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que participou de vários momentos importantes do país e com opiniões interessantes sobre algumas questões relativas ao desenvolvimento social, o debate teve um modelo diferente dos realizados por Band e SBT. As perguntas feitas por jornalistas e por bispos/arcebispos da Igreja Católica seguiam determinados temas que refletiram a contradição entre avanços sociais e dogmas.

O problema no modelo apresentado é que só havia tempo para uma resposta sobre o tema, sem qualquer comentário por parte de outro candidato, gerando a sensação de que tal temática poderia ter uma resposta mais interessante por parte de outra pessoa não sorteada. Foi assim que os três candidatos que lideram as pesquisas (Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves) escaparam de perguntas mais problemáticas para o espaço ocupado.

Um dos temas que gostaria de ter ouvido resposta de outra candidata foi a comunicação. No segundo bloco, dedicado a perguntas de pessoas ligadas à Igreja Católica, o tema foi um dos selecionados para o debate. A pergunta, gravada, foi realizada pelo arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, bispo dom Dimas Lara Barbosa: “Existe um projeto de lei de iniciativa popular pela democratização da comunicação que pretende, entre outras coisas, proibir a concessão de radiodifusão a qualquer confissão religiosa. Com isso, todas as emissoras que nos transmitem nesse momento deixariam de existir. Qual é a sua posição sobre este ponto concreto do projeto de lei?”

Os credos religiosos e a concessão

O candidato selecionado foi o Pastor Everaldo (PSC), que, em meio à defesa da total liberdade do mercado que marca a sua candidatura, reafirmou ser contra qualquer marco regulatório do setor, chegando a citar que só podemos conhecer as “notícias que estão acontecendo todo dia” é porque elas estão no noticiário. Mal querendo saber o candidato de tantas vozes que são silenciadas em cada matéria do noticiário dos grandes grupos comunicacionais, com liberdade maior que em qualquer país do mundo, incluindo os Estados Unidos, provável modelo para seu programa de governo, que possui a FCC (Comissão Federal de Comunicações, em tradução livre) como agência reguladora das comunicações.

Voltando à questão do arcebispo dom Dimas Lara Barbosa, há duas coisas a se apontar. A primeira é que não se apresenta uma crítica à proposta de lei, destacada na pergunta como sendo algo oriundo de proposta popular. O que se foca é no ponto específico relativo à proibição de outorga a igrejas ou a instituições ligadas a credos religiosas, ao contrário do que ocorrera no caso do debate da Band (ver “Controle social da mídia aparece na campanha“).

Por mais que, infelizmente, a interpretação tenha se dado para a crítica a um novo marco regulatório – muito pelo candidato sorteado –, a CNBB participou do lançamento do projeto, em agosto do ano passado, representada justamente por Dom Dimas (ver “Pluralidade e unidade marcam o lançamento do projeto de iniciativa popular“). À época, ele afirmou: “O mais importante é o processo que está sendo disparado, no sentido de suscitar as discussões, de modo que o nosso povo assuma nas mãos as rédeas dos destinos. O que é de todos deve ser conduzido por todos.”

Partamos para a questão específica, sobre credos religiosos possuírem ou não concessão. O projeto de iniciativa popular em vários momentos se preocupa em evitar quaisquer formas de proselitismo político ou religioso através de uma concessão que é pública – espectro eletromagnético do país, espaço restrito e que, portanto, necessita de controle. O tema em si da pergunta aparece no quarto parágrafo do terceiro capítulo do Artigo 13: “É vedada a outorga de emissoras de rádio ou televisão a igrejas ou instituições religiosas e a partidos políticos.”

Outorga sem licitação

Isso ocorre pela prática construída ao longo dos anos de demora à dificuldade de fundações a conseguirem concessões de rádios e TVs comunitárias e educativas. Com maior facilidade caso estejam ligadas a grupos políticos ou religiosos que podem usar suas relações de poder. Lembrando ainda que, nos casos das educativas, não se é necessário passar por processo de licitação, por mais que seja um espaço público.

Isto, inclusive, foi tema de ação civil pública por parte do Ministério Público Federal na 1ª Vara Federal em Guaratinguetá, em 2011. O pedido de ajuizamento foi para que fossem declarados nulos os processos que culminaram com as concessões às TVs Canção Nova(Fundação João Paulo II) e Aparecida (Fundação Nossa Senhora de Aparecida), ambas com sede informada em Cachoeira Paulista-SP, realizados em 1997 e 2001, respectivamente.

O procurador da República Adjame Alexandre Gonçalves Oliveira, autor de ambas as ações, baseou-se no artigo 175 da Constituição Federal, que diz que a concessão de serviços de natureza pública requer obrigatoriamente licitação; enquanto o Governo usa o artigo 14 do Decreto Lei 236/67, que trata dos canais de televisão educativos. Algo que, inclusive, demonstra o problema da falta de renovação da regulação do setor, até porque 1967 marca a última reforma/acréscimo ao Código Brasileiro de Telecomunicações, promulgado em 1962, há distantes cinco décadas.

Para o MPF, somente a licitação dos canais educativos permitiria à administração pública selecionar a entidade mais capacitada tecnicamente e que apresente o melhor projeto educacional. Gonçalves afirma que o pedido de cassação das concessões não teria nenhum vínculo com o tipo de conteúdo transmitido pelas emissoras, mas com o fato de terem sido outorgadas sem licitação, “o que põe em xeque a utilização democrática e transparente desse meio de comunicação, que é eminentemente público”.

Regulação não é censura

À época, o Estado de S.Paulo comentou o processo, destacando também que, segundo o MPF, mesmo no caso de se considerar apenas o Decreto Lei 236/67, a escolha deveria ocorrer de acordo com a melhor proposta de conteúdo educativo. Como ambas as emissoras veiculam, dentre outras coisas, missas, terços e programas religiosos, o conteúdo se deslocaria da proposta deste tipo de concessão. De acordo com buscas pela internet, o processo seguia tramitando no Tribunal Regional Federal.

Voltando às propostas para uma lei de uma mídia democrática, há uma segunda preocupação, talvez até um pouco maior, dada a conjuntura atual, que se refere à compra de horários por grupos religiosos neopentecostais. Pegando um caso recente, a Rede CNT (Central Nacional de Televisão), com sede em Curitiba-PR, alugou/arrendou, no primeiro semestre, 22 horas de sua programação diária para a Igreja Universal do Reino de Deus – cujo grupo é proprietário da Rede Record de Televisão, ainda que só use (oficialmente, também comprando) a faixa da madrugada. Está na lei da radiodifusão o limite para 25% da programação para a publicidade. Um grupo compra o equivalente a 83% disto, e este não é um caso isolado, refletindo mais um dos vários problemas na regulação do setor – que se trata da verificação do funcionamento da legislação sobre determinado setor.

A proposta de parágrafo único no artigo 22 do Capítulo V do projeto propõe o seguinte:

“A regulamentação estabelecerá limites de tempo e demais regras para veiculação de programas visando propaganda de partido político ou propagação de fé religiosa, respeitando os princípios de pluralidade, diversidade e direitos humanos, e a proibição a qualquer tipo de manifestação de intolerância, nos termos da Constituição, desta lei e outras leis relacionadas”.

Ou seja, ao contrário do que se coloca como interpretação por parte de quem é concessionário de radiodifusão, não há uma censura contra este tipo de programação, mas que se tenha um limite de tempo e, especialmente, regras para evitar o proselitismo religioso e uma série de intolerâncias que são proferidas por conta disso.

Destaco isso, inclusive, porque quando se pensa numa estrutura midiática mais democrática não se trata de substituir um autoritarismo por outro. Quer dizer, se agora temos mais acesso ao conteúdo escolhido por quem tem poder de alcançar uma concessão e recursos para manter produtos e divulgação de qualidade, não é acabando com tudo isso e tendo só programas com discurso contra hegemônicos que tudo se resolverá. Levando em consideração o sistema democrático vigente – e suas inúmeras contradições ligadas ao capitalismo –, só a aplicação da divisão igualitária entre meios públicos, estatais e privados já apresentaria uma diferença significativa, mesmo considerando a necessidade de se delimitar o que seriam mídias públicas e estatais quando se vê como foi apropriado por grupos políticos e religiosos o conceito de educativo.

A existência de um marco regulatório se apoia na necessidade de renovação das normas legais sobre a radiodifusão, aplicando novas interpretações até mesmo pelo imenso avanço tecnológico de 52 anos após a promulgação do CBT; mas também da aplicabilidade e regulamentação do que consta na Carta Magna deste país, em que quatro dos cinco artigos do capítulo dedicado à Comunicação Social ainda não foram regulamentados. Por fim, regulação não é censura, mas a verificação do funcionamento da legislação sobre determinador setor econômico, essa importância sendo aumentada se o mercado funciona a partir de uma concessão pública.

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Texto publicado na edição 817 do Observatório da Imprensa.

sábado, 20 de setembro de 2014

Casa dela, Vida dela

Já contei por aqui - especialmente na época em que podia me dedicar a este espaço - o quanto as pessoas costumam se aproveitar de mim para desabafar. Ah, falo isso dos casos de quem nunca vi na vida e resolvem falar sobre o tempo, reclamar sobre as demoras de ônibus, falar sobre a filha que já viaja para outros Estados por conta da universidade, etc. E isso para além dos taxistas e até como referência para ajudar a ficar de olho em coisas alheias.

Gosto de ouvir histórias, é para contá-las que o Jornalismo sempre me atraiu, não como escritor, criando algo, mas esse processo de recriar é o que sempre me estimulou. Mas em alguns casos fico surpreso, pois não adianta eu estar com barba para fazer, com boné, de bermuda ou todo "certinho" aos moldes morais locais.

Hoje foi um caso desses. Voltando da aula do Espanhol, pensando nas coisas cotidianas e relembrando a música de hoje, tentando fazê-lo nesta língua para melhor adaptação e criar costume, do nada aparece alguém no meio do caminho para falar das pessoas que são relaxadas e acabam vivendo como reis ou rainhas nas casas alheias. Não adiantou nem eu ultrapassá-la a pé e ir no meu ritmo normal, mais acelerado. Mesmo segurando um ventilador com uma mão e uma sacola cheia com a outra, ela me seguiu e falou, falou e falou por uns 5 minutos.

"Eu sempre morei na casa dos outros, mas sempre ajudava. Tem um irmão que não faz nada. A pessoa chega com fome e não tem comida e ainda tem que fazer a comida também para a outra pessoa. Morava na casa dos outros, mas limpava a casa, comprava uma coisa ou outra, não deixava nada bagunçado".

Percebi que ela já tinha "pego" uma senhora que ficava aguardando o pessoal à frente de uma igreja, mas deve ter visto que eu seguia o caminho dela e aproveitou esta pobre alma para desabafar. Eu demorei a entender qual era o problema.

"Eu morei na casa do meu irmão, aí ele casou, a mulher começou a criar problema e eu resolvi sair. 'Não dá mais, prefiro morar sozinha'. Meu outro irmão - não esse que morei, outro - veio morar comigo. Se fosse só ele, tudo bem, mas resolveu se casar agora. Chego em casa do trabalho e não tem comida, nem um café pronto! Sempre morei na casa dos outros, mas sempre fiz as coisas para ajudar, é o mínimo. Chego em casa e até o menino fazendo xixi dentro de casa já vi e ela lá deitada no sofá vendo televisão, com roupas jogadas no chão. Aquele fedor de rabujo... Vou mandar embora, prefiro viver sozinha mesmo. Lá em casa não tem sanitário, é um buraco, mandei fazer uma piazinha para lavar roupa também, mas é meu".

Sem paciência por conta de uma semana complicada, a cada distanciamento para atravessas as ruas eu imaginava que era sairia, seguiria o caminho dela, mas não.

"Hoje eu fui nesse Minha Casa Minha Vida da Caixa, eu tinha que pagar 300 reais de documentos, mais 250 de outro, no final ficava 1600 reais direto assim. Queria melhor, mas a Caixa só quer pessoas que são diferentes da realidade desta parte. Dali para cá até pode ser, mas para lá, ter alguém que ganhe de 2 a 3 salários mínimos? R$ 350 por mês.

Passei pelo cruzamento mais perigoso e eu imaginava que ela iria para o ponto de ônibus. Não. Continuou me seguindo, especialmente após passarmos pelo espaço que a Caixa tinha ocupado neste sábado.

"Tá vendo? Tá vazio. Ninguém tem condições assim. Queria só encontrar um governador desses para reclamar. Veja como a casa é até bonita, mas não dá. E tem que ter o nome limpo. Graças a Deus eu tenho o meu nome limpo. Estive no HSPC ano passado. Fiz um cartão na loja da Mangabeiras, você saber, a loja E? Eles me ligaram perguntando se eu queria um plano de saúde e eu quis. Minha irmã não quis porque já tinha o Pré-Vida [plano funerário]. 65 reais. Eles disseram que se não quisesse podia cancelar. Ano passado teve greve dos Correios, nada chegava, fui lá e estava em 265 reais. Fui no Procon para reclamar e eles disseram que eu estava errada. Paguei e você acredita que eles ainda ligaram para me cobrar? Eu falei que eles tinham que saber que eu tinha pago, porque para cobrar a mais sabiam. Graças a Deus que eu não precisava tanto do dinheiro, quer dizer, fez falta, mas não tanta".

Quando eu já não esperava, ela passou para o outro lado. Deu-me tchau e eu a desejei boa sorte, tendo a mesma resposta de volta.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Amélie vas changer ta vie

"Jamais appris à interagir avec les autres. Cuand enfant, étáit toujours seul". La jeune femme du tableuau de Renoir avec un verre d'eau, l'unique personne avec un regard lointain. Ou une jeune serveuse à Paris qui découvert un but: réparer la vie des autres. Mais, et la ta vie?

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain est une comédie française, de Jean-Pierre Jeunet de 2001, qui mélange le fantastique et la realité. Avec Audrey Tautou comme Amélie Poulain, la jeunne serveuse de Deux Moulins, le filme montre des goûts e et dégoût de quelques personnes. Amélie, par exemple, aime à jeter des pierres en la rivière.


Cette réalité fantastique commence quand Amélie était une enfant. Et la séquence avec des références de tous les jours pour obtenir dans sa génération démontre déjà - qui sert de un prologue et court du film. La petite Amélie a dû étudier à la maison avec sa mère parce que son père pensait qu'elle avait des problèmes cardiaques. En fait, avec peu de contact physique, elle a beaucoup d'excitation quand son père était l'examen mensuel. 

La vie d'Amélie est marquée par des moments exceptionnels qui découlent de «rien». Le jour où elle a gagné un Polaroid et a été convaincu par un voisin que chaque qu'elle a pris, un accident s'est produit dans le monde - alors riposté en l'empêchant de voir les buts d'une match du football; la façon dont sa mère meurt; et, comme un adulte, une date de Septembre 1997, après des nouvelles de la mort de Lady Di découvre une boîte de souvenirs d'enfance d'autre personne chez elle.


Pourtant, les changements ne sont pas venus naturellement. Elle attendu des années à l'ombre d'un père qui se souciait plus sur un mini mausolée qui avec elle, jusqu'à elle a âge suffisamment de quitter de la maison. Dans le cas de la boîte avec des souvenirs d'enfance, s'il pouvait trouver le propriétaire ("Bretodou, et non Bredotou"), et il aimait la boîte, elle serait utile de plus de gens. Sinon, suivez leur vie comme avant.

Et ce voyage est d'aider certaines personnes, en particulier à partir de son voisins de fragilité ousseuse, ce qui était une "hors du tableau" que'lle a vu tous les jours, sans se douter qu'il a également a vu. C'est lui, monsieur Dufayel, ce qui contribue a fille, qui a également tenu un verre d'eau dans la première conversation entre eux, par découvrir qu'elle était amoureuse.

Amoureuse pour un collectionneur de choses du quotidien; aujourd'hui, collectionneur de photomatons ratés. C'est ici qui commence un jeu de cache-cache.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Controle social da mídia aparece na campanha


É difícil que qualquer análise sobre os meios de comunicação entre oficialmente na campanha político-eleitoral no Brasil, no que tange, é claro, ao que é colocado para um maior público através da propaganda eleitoral obrigatória no rádio e na TV. Isso acaba por refletir o quanto o debate público sobre o tema fica submerso na ilusão criada de que qualquer opinião mais crítica aos meios possa significar censura, ainda que um processo de regulação ocorra em todo mundo, até mesmo por se tratar de um negócio que movimenta muito dinheiro, para além do potencial de difundir informações.

Comentei em junho sobre a diferença entre as reclamações do Partido dos Trabalhadores sobre a cobertura dos grandes grupos midiáticos brasileiros e a dificuldade, enquanto governo, de propor o debate para mudanças na regulação da radiodifusão de distribuição gratuita no país, que segue sob as normas do Código Brasileiro de Telecomunicações, promulgado em 1962. Como imaginava e relatei, mais uma vez o tema saiu do projeto da candidatura comandada pelo PT, apesar da aprovação no Congresso do partido.

Mas as eleições majoritárias de 2014 trazem elementos diferentes quanto à temática. Já na primeira semana de horário eleitoral, o ex-presidente Lula apareceu na publicidade da presidenta Dilma Rousseff (PT) criticando a mídia, que parecia ser mais oposição que os partidos colocados como tal ao focar apenas nos possíveis problemas do país. Destaque-se ainda que o assunto, entre os militantes do partido, sempre aparece no período eleitoral – geralmente ligado a uma cobertura diferente quando comparada a de outros candidatos –, mas há certo receio de expor isso na campanha.

Nem monopólio, nem uso indevido

Pois bem, feito este prólogo, o primeiro debate eleitoral entre os candidatos a presidente da República, realizado pela Band no final de agosto, colocou este tema em pauta. Inicialmente comentado rapidamente como uma provocação pelo candidato Aécio Neves (PSDB) numa das intervenções com a candidata a reeleição Dilma Rousseff (PT), que neste caso não citou a acusação de ir contra a liberdade de imprensa. Depois, através de um dos jornalistas indicados a fazerem perguntas, o que diz muito sobre como os grupos midiáticos nacionais pensam o tema.

Boris Casoy alçou o controle social da mídia, tendo em vista a democratização da comunicação, ao patamar de “um assunto importante e grave, que envolve a liberdade do país”. Boris destacou também que a presidenta teria criado uma barreira sobre o tema, “apesar da insistência do seu partido”. Curiosamente, apesar de tratar do PT e da candidata a reeleição, a pergunta foi direcionada ao candidato Eduardo Jorge (PV), com comentários, e menos tempo, portanto, para que Dilma respondesse.

Destaque do debate nas mídias sociais – especialmente por iniciar com proposições sobre a liberalização da maconha –, Eduardo Jorge não deu bola para o tema, dizendo que concordaria naquele ponto com o posicionamento da presidenta usando muito pouco do seu tempo. O candidato do PV demonstrou também a falta de conhecimento e de debate sobre os meios de comunicação mesmo nos partidos que se apresentam como “alternativa” na campanha. Esta crítica vale também para partidos mais radicais, que falam sobre as consequências disso, caso de não participarem de debates, mas não das causas. Não à toa só o projeto da candidata do PSOL, Luciana Genro, faz uma crítica com melhor análise ao propor a regulação do setor – ainda que o assunto não tenha aparecido neste debate e nem na propaganda eleitoral.

Pela primeira vez desde que assumiu a indicação como candidata ainda no final do governo Lula, Dilma falou sobre o tema. Ainda que instada a fazer isso, deu uma resposta razoável, não fugindo de tratá-lo, mas sabendo como colocar os argumentos sem alimentar as provocações presentes em quem fez a pergunta. Disse a candidata que a liberdade integral aos meios de comunicação, junto às liberdades de expressão e de imprensa, eram valores básicos da democracia, mas que da mesma forma que em qualquer setor de mercado, seja telefonia ou portos, no setor midiático também não poderia “haver o monopólio e o uso indevido daquele meio”. A candidata defendeu a regulação econômica, entendendo-a como importante também “para a internet e para todos os setores ligados à manifestação do pensamento”.

Investigação e divulgação

Repetimos, foi a primeira vez que a opinião da presidenta foi ouvida, para além de relato de bastidores e de seu ministro da Comunicação, Paulo Bernardo. E se isso poderia ser visto como ponto positivo, também se pode vê-lo como tardia, já que nada foi feito para a renovação da regulação do setor, importante inclusive para adequar a área ao imenso avanço tecnológico em 50 anos após o CBT, mesmo com um pré-projeto deixado pelo secretário-geral de Comunicação do governo anterior Franklin Martins. Além disso, seguiu fora do projeto de governo entregue ao TSE em caso de reeleição. Foi necessário que um jornalista empurrasse o assunto como se tratasse de algo a não ser tocado – como as privatizações e questões sociais tais quais a legalização do aborto e a união civil LGBT.

Uma grande coisa desse processo foi o escancaramento da linha editorial da Band. Essa questão só foi um dos destaques das perguntas dos jornalistas do grupo Bandeirantes, José Paulo de Andrade, Fábio Pannunzio e Boris Casoy. Coisas como “bolivarização do Brasil” e “radicalismo ambiental” também foram ouvidos a partir de questões vindas deles, cujo direcionamento mais crítico foi para Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) – além de uma tentativa de interpretar os movimentos de junho de 2013 a partir do foco do combate à violência, negado pela candidata Luciana Genro (PSOL).

Nas entrevistas realizadas por William Bonner e Patrícia Poeta para o Jornal Nacional nos pareceu clara a intenção de impor o estímulo ao “apolítico”, pregado inclusive após a apropriação dos movimentos do ano passado por parte dos grupos midiáticos, que passaram a diferenciar manifestantes de vândalos. O JN gastou a maior parte do tempo para pressionar os candidatos sobre possíveis falhas na carreira política que para questioná-los sobre projetos – ou, quem sabe, tentar explicar o porquê todos os candidatos com representação parlamentar entrevistados com maior tempo tiveram problemas, que envolve questões estruturais e de relações de poder que não são tocadas pelos grupos tradicionais de comunicação. Os casos foram postos como se a difusão do tema à época do surgimento do fato tivesse sido amplamente divulgada, o que não ocorreu, provavelmente, para além do “mensalão do PT”. Investigação e relato sobre um acontecimento só ocorre se a figura pública for candidata a presidente?

Tentativa de não discutir regulação

O caso da Band é interessante porque há militantes de movimentos sociais que optam por mirar no agora Grupo Globo quando se trata de protestar contra os grupos midiáticos brasileiros. Já li e ouvi muitos dizerem, por exemplo, para assistirem um jogo na Band porque tiraria a audiência da líder do oligopólio nacional. Se visto de forma crítica, o discurso de seus jornalistas no debate – com provavelmente o mais crítico deles, Ricardo Boechat, ocupando o cargo de mediador, sem direito a questionar –, demonstra que ter opinião não é problema para a emissora, que tem um programa de entrevistas como o Canal Livre aos domingos desde os tempos da ditadura militar.

Ao mesmo tempo, demonstra que a luta por uma regulação da mídia que envolva os reais interesses sociais, com novas vozes sendo difundidas e novas formas de organização de mercado, significa uma análise geral sobre as poucas famílias que controlam os grupos comunicacionais brasileiros. Não só buscando a líder deste mercado.

A postura contrária a uma mudança de mercado que poderia criar, inclusive, melhores condições de concorrência poderia melhorar a posição do grupo dos Saad no setor, em que reclamações sobre a dificuldade em incluir seus canais nas distribuidoras de TV fechada já ocorreram em anos passados. Tal posicionamento contrário a qualquer mudança na regulação do setor indica algo.

Ainda que o tema tenha aparecido como uma tentativa de empurrar contra a parede uma das candidatas, a necessidade de renovação da regulação da mídia, com maior participação social do processo, existe e deveria ser mais debatida, inclusive para além do período eleitoral. Exemplo mais claro que o da Comissão Federal de Comunicações (FCC) nos Estados Unidos, um dos mercados mais liberais do mundo, não há para dizer que regulação não é censura.

A tentativa de não discutir o tema de jeito nenhum por supostamente “envolver a liberdade do país” só serve aos interesses de quem deseja deixar as coisas como estão, com uma líder de mercado com propriedade em várias instâncias midiáticas que utiliza suas barreiras para dificultar a entrada de novos agentes de mercado e evitar uma concorrência sob condições parecidas. Além de os acontecimentos a serem difundidos para um maior número de pessoas seguir restrito às ordens de um pequeno grupo de famílias.

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Texto publicado na edição 814 do Observatório da Imprensa.