domingo, 27 de novembro de 2016

Um dia em 22 anos

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Em algumas das últimas entrevistas coletivas das sextas-feiras, Cuca comentava que a ansiedade era normal, pois se tratava de uma espera de 22 anos. Eu sei bem quanto isso pesa. Minha primeira lembrança enquanto torcedor do Palmeiras é justamente do título brasileiro de 1994, com 6 anos de idade. Vivi cada detalhe destes 22 anos e posso listar bons e péssimos momentos.

De zoar a minha irmã após o título em 1994, enquanto ela estava no banheiro e ameaçava que ia falar com o meu pai; à raiva por perder o Paulista do ano seguinte para eles na prorrogação numa final no interior; a derrota muito cedo para o Grêmio em 1996, que gerou uma torcida pela Portuguesa na final, já que os tricolores gaúchos eram nossos grandes rivais naquela época; a irritação por ter uma festa de fim de ano na escola no mesmo dia do jogo de volta, e a maior ainda por perder o título brasileiro com dois empates; sair escorregando de joelho no corredor na casa de uma senhora amiga da família com o gol de Oséas nos últimos minutos daquela Copa do Brasil de 1998; e apagar tudo da final da Libertadores do ano seguinte, em que só ficou na memória a agonia por gravar depois da aula o Globo Esporte do dia seguinte (e não conseguir), mas descobrir na raiva contra Edilson e o mundo rival na final do Paulista que estava com catapora; não poder ir para a final da Copa dos Campeões do lado de casa, em 2000, por não ter com quem ir, mas comemorar mesmo assim; gritar com visita em casa com o gol contra o Boca, na Bombonera em 2001; e gritar, mesmo não podendo, com gol contra o Flamengo naquele sufoco de rodadas finais, que culminou com um rebaixamento, mesmo eu rezando para tudo o que era possível naquele jogo contra o Vitória de 2002; comprar a camisa da Série B horas antes do jogo contra o Sport, morrendo de medo de dar azar, e ver depois que o gol do título vestia o mesmo número da única camisa 1, verde, que tinha na loja e eu comprei; e antes disso ouvir o 7 a 2 do Vitória, mas também o 3 a 1 nosso no Barradão; ver a volta de 2004 e junto com ela as decepções de eliminações seguidas para o São Paulo na Libertadores nos anos seguintes; aprender a ser fã de Edmundo na sua volta, em 2006 e 2007; e guardar na memória o 5 de maio de 2008 que quebrava dois jejuns estaduais ao mesmo tempo, indo com a camisa ao estágio e à aula; sofrer com os amigos numa casa de outra amiga com o gol anulado pelo Simon naquele jogo contra o Fluminense, em 2009, sem entender a queda de rendimento num Brasileiro tão próximo; seguir sofrendo, mas com eliminações bizarras, como aquela contra o Goiás nas semifinais da Sul-Americana de 2010; ver o Palmeiras pela primeira vez, com o Marcos ainda em campo, num 0 a 0 contra o Grêmio no Canindé em que amaldiçoei o Leandro; comemorar o título da Copa do Brasil num mês que foi dos mais difíceis da minha vida, ficando resfriado de tanto querer comemorar em casa e mostrar a camisa do Palmeiras para o nada no Rio Grande do Sul; estar atrás do gol do Barcos anulado pelo Chicão por interferência externa no Beira-Rio e ficar com febre e gripado minutos logo depois da confirmação do rebaixamento daquele 2012 extremamente complicado; voltar a Maceió e ver pela TV aquele acesso sem gosto algum de 2013; quase morrer e, por isso, não querer ver o pênalti cobrado pelo Henrique, mas comemorar e chorar como se fosse o de um título o gol do Thiago no Barradão; gritar como nunca antes na vida, acordando vizinhos, num ano em que monstros internos saíram e minha mente suportou tanto que não tinha como ser diferente naquela final da Copa do Brasil: olhar para o que quer que fosse dizer que depois de tudo, tinha que ser nossa!


Já tratei disso em inúmeros textos e já comentei isso com diferentes pessoas, de diferentes lugares. Costumo dizer que se não fosse o Palmeiras, e o futebol, provavelmente eu só seria lembrado pelas pessoas por conta do trabalho. Esse time faz com que pessoas de diferentes Estados lembrem de mim quando o time vai mal ou quando o time vai bem. Minha relação é tudo menos racional. É de ficar nervoso até o título de 99 a ponto de ficar gelado; de tremer as pernas e todo o corpo na agonia do jogo; de chorar muito por conta do Palmeiras. Digo que a relação é para além do amor, pois nunca vivi isso com ninguém e é algo inexplicável, especialmente se comparar com o que sou normalmente. Além de tudo, tivemos nossas fases boas e ruins em períodos bem parecidos e isso é impressionante.

Serão 29 rodadas na liderança, mas ganhar este Brasileiro é muito especial porque nessa escala de semelhanças de fases, creio finalmente estar me observando melhor em problemas que carregava comigo sempre e conseguir evoluir de forma muito boa na vida profissional. Ainda que os últimos dois anos me façam pensar que ter problemas em relações pessoais, se é para o Palmeiras terminar o ano campeão - Libertadores termina tarde ano que vem, e tem Mundial ainda - até que vale a pena (rs).

Estou só esperando quem tanto provocou com "cheirinho", quem me dizia que o Atlético-MG é que seria o campeão; a imprensa que tanto disse que os outros é que jogavam bem, depreciaram o "Cucabol" até semanas atrás, que disseram que éramos passageiros, especialmente com a lesão do Prass e as idas de Jesus à Seleção - para fazer milagres também por lá. Dizia há meses que o Palmeiras só dependia dele e cumprimos nosso objetivo, com a melhor defesa e o segundo melhor ataque do campeonato, sem cartões vermelhos e com estádio cheio, apesar da estúpida decisão de MP e PM de barrar a festa nos arredores do Parque.




Esta também é uma vitória especial porque vi três jogos, vivi e construí enquanto torcedor 3 vitórias, duas delas em clássicos e com os gols saindo exatamente na trave em que eu estava atrás. Voltei rouco depois daquele 1 a 0 contra o Corinthians e fui para um congresso rouco no dia seguinte do 2 a 1 contra o São Paulo, do "time da virada" que tanto gritei; fora os 3 a 1 contra o Santa Cruz, com direito a amigo corintiano por perto.

Tive que controlar as lágrimas já ao final do jogo contra o Inter. No da semana passada, contra o Botafogo, foi muito difícil segurar. Hoje elas vieram com poucos minutos, mais ainda após o nosso gol e com toda a força ao levantar da cadeira e acompanhar em pé os últimos dez minutos de jogo contra a Chapecoense. A sensação agora é de um alívio impressionante, parece que é um imenso ciclo de vida que vejo pelos meus olhos, os mesmos que acompanharam aquele título brasileiro de 1994 e 22 anos depois, com muita estrada percorrida, veem um novo.

Sociedade Esportiva Palmeiras, "Verdão querido, de coração, é o campeão dos campeões!"


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Evento nacional em Alagoas e diretoria de associação

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Ainda que tenha recebido o convite para a direção da ULEPICC-Brasil em agosto e já tivéssemos tomado a decisão de trazer o encontro nacional da entidade desde o primeiro semestre, só em outubro é que contei para algumas pessoas que essas coisas viriam. Em meio a um mês de esgotamento, muitos questionamentos sobre o porquê de pegar mais uma coisa para fazer.

Este texto serve para explicar melhor a quem achou estranho e, especialmente, dizer o que representa isso para mim, algo que já ia fazer mesmo sem tantos contratempos como os destes meses de segundo semestre.

O convite para realizar a ULEPICC-Brasil veio ainda em 2014, mas não dava para pensar em realizar nada dois anos depois, já que acabara de entrar como professor da UFAL. Comentei que provavelmente em 2018 fosse possível e passei a contar com isso, já que imaginava que era interessante, ainda que dê trabalho. Assim, com a volta do nosso grupo/núcleo de estudos do final de 2014 para cá, e com o apoio do grupo de pesquisa com sede em Sergipe, iniciamos as preparações, tendo em vista o anúncio no evento deste ano em Brasília.

O nosso grupo/núcleo atua desde 2007, com algumas paradas nesse período por não estarmos oficialmente vinculados a universidades e termos outras atividades e problemas individuais a resolver. Na atual volta, somos cinco, mas com uma relação direta e de mais diálogo dentro de outro grupo de pesquisa, de outra universidade, e com possibilidade de, em breve, formar nosso próprio grupo. Além disso, somos dois professores da UFAL, eu efetivo e um amigo, por enquanto, substituto.

Realizar o Encontro Nacional da ULEPICC-Brasil em 2018 aqui em Alagoas é resultado desse trajeto coletivo, entre pessoas que não puderam seguir conosco por diversos motivos, entre outras que precisam se ausentar por um tempo e voltam depois, e os que seguem. Trajeto este, vale a pena destacar, na maior parte dos momentos sendo feito encarando as coisas, correndo atrás de contatos, projetos e pesquisas, enviando e-mails, conversando em eventos. Se pudemos encarar a responsabilidade de organizar o evento da área (Economia Política da Comunicação) no Brasil foi por vontade deste pequeno, mas trabalhador e persistente coletivo, cujo apoio até aqui veio mais de fora do que de perto.

Da segunda parte nesses dias em Brasília, o convite/informação para estar na chapa como secretário veio em agosto e a primeira coisa que eu disse foi "lá vem mais trabalho", que saiu automaticamente. Apesar da quantidade de coisas já feitas, jamais poderia negar tal oportunidade. Primeiro que não esperava tão cedo que participar da gestão da ULEPICC-Brasil - por menor que seja, por se tratar de uma área crítica da Comunicação. Sou mestre e novo, ainda que esteja quase que o tempo todo na área desde 2008, participando da maior parte dos eventos e ajudando na divulgação desta temática. Participar enquanto diretor da entidade é seguir essa trajetória, com o apoio dxs demais, também comprometidos com esse trabalho.

Sinto-me orgulhoso por poder participar disso nos próximos dois anos, ainda que venha mais trabalho - que juro pretender equalizar melhor para não ter maiores problemas. Resultado da minha trajetória individual nestes 8 anos, focado em trabalhar em pesquisa e ajudar a crescer a EPC por ter sido mais que uma escolha epistemológica, algo que me veio também por me sentir bem política-ideologicamente falando. Vendo da minha perspectiva, algo conquistado da melhor forma possível, para mim e para outras pessoas, sem certos vícios acadêmicos. Além de ser também reflexo da trajetória do "grupo de Alagoas", como tantas vezes escutei de 2011 para cá.

Por fim, pesquisa é a parte que mais gosto dos quatro pés da vida acadêmica. Este ano, na verdade, fiquei mais preocupado por, "naturalmente", viver um ano sabático, em termos de estudos mais aprofundados, dada a sobrevivência (inexplicável) ao contexto do ano passado. Trabalhar com o que se gosta e com quem se pode dialogar com maior facilidade ajudará ainda mais, especialmente quando se compara a outras realidades minhas, em que esses elementos não são tão fáceis assim. Respirar fundo, já que essas outras coisas seguem paralelamente, e fazer tudo da melhor forma possível para os espaços que ocupo e para mim mesmo, principalmente.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Avaliação da prática docente 2016.1

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Ao final das atividades de aula, como fiz no semestre passado e no anterior, pedi para que xs estudantes me avaliassem, a partir dos critérios que elaborei para o formulário de 2015.1. Obtive 44 respostas, num conjunto de 74 estudantes, porcentagem um pouco maior que no semestre anterior (59,4%). Preciso fazer isso, inclusive, porque a UFAL ainda não tem avaliação dos discentes sobre as atividades que ela proporciona.

Metodologia da pesquisa
A ideia de fazer uma avaliação da minha prática docente surgiu ainda nas primeiras turmas que peguei ao chegar na UFAL, o mês final de 2014.1. Preocupava-me por se tratar de um período que teve greve docente e troca de professores na disciplina. Deixei um dia para entregar os trabalhos/dar as notas e que avaliássemos em conjunto aquele semestre. Quando houve, tirando um caso, as respostas foram "foi bom". No semestre seguinte acabei não fazendo, pois presencial não se mostrou possível, ainda que colegas meus achem estranho que eu faça isso.

Em 2015.1, participei de um curso para usar a plataforma Moodle da UFAL e dentre as atividades iniciais estava uma avaliação da prática docente. Fiz um questionário no Drive após o primeiro terço da disciplina de LIC, obtendo 34 respostas. Repeti o modelo para a avaliação final e também para a eletiva, sem ter a necessidade de identificação - dando liberdades axs estudantes para serem honestxs. ão 5 pontos a serem avaliados de 1 (péssimo) a 5 (ótimo): Prática Docente, Ação Didática, Construção do Conhecimento, Relação professor-discente e Métodos de avaliação. Depois, a avaliação do aprendizado/lembrança de Lógica, Comunicação e Informática; e, por fim, uma pergunta direta: "O que devo mudar na minha prática pedagógica?".

Prelúdio
O segundo semestre normalmente é complicado por conta das ausências devido aos eventos de pesquisa, que no caso da Comunicação se acumulam neste período do ano. Então, naturalmente haverá duas a três semanas em que não teremos aula, que se dará utilizando o Moodle (plataforma EAD da UFAL) e/ou com reposição. Mesmo considerando que este semestre letivo teve uma semana a mais que o anterior, até por não ter feriados no início de semana, os eventos fazem com que os encontros sejam irregulares.

Mas o período foi pior por dois motivos. O primeiro, avisado na semana de recepção promovida pelos centros acadêmicos, foi o cargo de coordenador acadêmico, que acrescentou outras atividades, caso de uma reunião de formação na sede do campus, em Delmiro, em que não pude dar aula à tarde de uma segunda-feira,  mas à noite sim; fora xs alunxs que apareceriam na porta para tirar alguma dúvida sobre falta de professor (e foram dois, sete disciplinas sem docente neste semestre).

Foram diversas reuniões de segunda a quinta no Sertão, e algumas quintas e sextas na reitoria em Maceió, que atrapalharam em alguns momentos a programação da minha vida, incluindo as atividades acadêmicas. Um problema atrás do outro em diferentes frentes, incluindo a possível mudança da presença minha e dxs professorxs do atual Tronco Inicial nos cursos do interior.

Sou muito mobilizado mental e fisicamente pelo cansaço e não ter em algumas semanas a possibilidade de descanso interfere, naturalmente, no meu humor - que fica mais afiado - e na imunidade. O segundo motivo que tornou este semestre pior que os outros foi que pela primeira vez faltei por motivo de doença, uma infecção bacteriana em agosto, algo de um nível que nunca tive. Há poucas semanas tive problemas no México, que acabei "trazendo" para cá, dificultando as minhas aulas e que me fez ir pela segunda vez no semestre à emergência de um hospital.

Entrei num processo de esgotamento físico e mental nos últimos meses, que ganhou o acréscimo de um problema de foro pessoal, mas sempre tentando dar conta das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão em que estou. Isso é importante de ser frisado, não somos uma máquina e é óbvio que essas coisas interferem no nosso jeito de ser. Como costumo destacar, a importância de entender o porquê a outra pessoa está daquele jeito, em vez de sair gritando exigências ou que ela esteja sempre à disposição ou faça milagres. O que não acontece.

Só isso já faria ser um semestre difícil, mas sabia que a avaliação viria com problemas porque não consegui estabelecer uma relação com xs discentes como no semestre anterior - ainda que acredite que aquele tenha sido uma exceção positiva. Em meio a essa correria, sentir a falta de vontade e a preguiça delxs em vários momentos não ajuda em nada, ressalvada as devidas exceções. Cheguei a testar isso com uma atividade no Moodle, reproduzida aqui, em que pedi para que lessem de forma adequada e não me perguntassem nada. Ainda houve pessoas das duas turmas a perguntar. Deixei duas aulas para tirar dúvidas sobre os trabalhos, perguntei dois dias antes de Seminário Integrador se havia dúvidas e ainda apareceram problemas de quem não entendeu algo relativo à forma, especialmente. E não faltaram momentos em que reclamei disso.

Mas, dado esse comentário, vamos aos pontos da avaliação.

1. Prática Docente e Ação didática

Prática docente é uma avaliação geral, que pode ser que no semestre que vem eu jogue para depois das outras perguntas. Em ambos, que vai se repetir em todas as perguntas, há quem tenha identificado como péssimo. Ainda que entenda que a formação que temos na educação básica seja diferente, seria fundamental que quem achou tão ruim a disciplina que me informasse ao longo do semestre, até para poder mudar algo.

Na ação didática, aparecem alguns regulares (4). Como comentei, suponho que a falta de regularidade da aula por conta de outras atividades atrapalhou o semestre. Tentei modificar algumas coisas em relação a semestres anteriores, mas neste algumas atividades foram prejudicadas pelo tipo de conteúdo que creio ser mais adequado ao Moodle. Filmes e documentários que seriam passados em sala para discussão foram deixados para o EAD. Mas é claro, como destaco, sempre há coisas há mudar e a cada semestre aparecem novas coisas já que cada turma de 1º período vai ter um perfil diferente.

 2. Construção do conhecimento e Relação professor-discente
"Construção do conhecimento" tem os mesmos 4 regulares e 1 péssimo. Muda algo no bom/ótimo, mas tendo a repetir o que aponto frequentemente, a disciplina "Frankstein" acaba prejudicando uma melhor relação entre os conteúdos das três partes, ainda que eu tente cada vez mais resgatar na Comunicação e na Informática o que foi discutido em outros momentos. Isso deve ser readequado com a mudança da disciplina que deve ocorrer com a alteração nos Projetos Político-Pedagógicos dos Cursos.

A Relação professor-discente foi bem pior que nos semestres anteriores, com 1 péssimo, 2 ruins e 3 regulares. Confesso que não consegui estabelecer uma relação parecida com outros semestres, então esperava este resultado. Tive até discussão áspera com estudante na metade inicial do período por conta da correção de um exercício, algo que em mais de 2 anos nunca tinha acontecido, ainda que não tenha tido problemas depois com esta pessoa ou outras.

3. Métodos de avaliação
Outro ponto que eu sempre revejo, teve alteração este semestre e que se mostra como de necessária revisão a todo momento. Foi 1 péssimo e 4 regulares. Percebi um problema no debate em grupo na parte de Lógica, que deve fazer com que eu altere na pontuação das atividades do primeiro período, pois o fato de ser em grupo acaba escondendo dificuldades de aprendizado de algumas pessoas. Além disso, talvez seja necessário também adaptar algo na segunda parte, pois foram muitas atividades no primeiro e bem menos no segundo bimestre. Fazia isso para aliviar frente os trabalhos finais de outras disciplinas, especialmente Seminário Integrador, mas é necessário repensar se é a melhor coisa.

4. Como você avalia/lembra o conteúdo aprendido em Lógica e em Comunicação
Outros pontos com resultados bem piores que nos semestres anteriores. Geralmente a parte de Lógica é bem avaliada - mesmo no semestre que foi dividido por uma greve isso ocorreu -, mas desta vez a ampla maioria foi no bom, com 6 regulares e 1 péssimo.

Comunicação, curiosamente, vinha sendo a pior avaliada por estar espremida entre as outras duas partes e ter duas semanas a menos. Como vejo que ela está presente nas outras, acabo mais resgatando e/ou puxando assuntos, além de ser das áreas a mais próxima a mim, o que gera certo conforto maior e a preocupação em não exigir delxs que entendam muito de algo que eu enquanto comunicólogo preciso saber muito bem. Necessário rever e incluir ainda mais exemplos e atividades práticos. Aqui foram 1 péssimo, 2 ruins e 5 regulares.

5. Como você avalia/lembra o conteúdo aprendido em Informática
Em Informática há mais ótimos que nos anteriores, mas surpreendentemente há mais uma pessoa que achou péssimo (2 no total), 3 que acharam ruim e 3 regulares. A surpresa é porque se trata do assunto mais recente tanto no período letivo quanto no que se faz no dia a dia, com apresentação de trabalhos com prática disso e vídeos que discutem as potencialidades e os problemas.

Enfim, de qualquer forma, independente do andamento das turmas no semestre, as duas semanas a mais de recesso, fora do meu período de férias, servirão também para reobservar melhor a ordem de conteúdos e a programação do semestre que vem, pensando em outras atividades cotidianas.
Com os dados anteriores, fiquei satisfeito e um tanto surpreso com a avaliação majoritariamente positiva para a utilidade da disciplina, dado que é no eixo gestão e isso sempre aparece como questionamento no semestre. Foi um péssimo, 4 regulares, 7 bons e 31 ótimo (72%). E essa é uma discussão que estamos tendo no âmbito dos campi do interior da universidade, algo que vem redundando em algo como "O que fazer com xs docentes do Tronco Inicial?".

6. Sugestões/reclamações




Como esperado, mais reclamações que em anos anteriores. E eu prefiro comentar isso do que quem afirmou que está tudo bem. Até porque o intuito do formulário é perceber coisas que só quem é estudante das minhas disciplinas sabe/sente e que não necessariamente eu percebo, pois ocupo um outro lugar social ao longo do semestre.

Confesso que gostei do primeiro comentário. A questão de serem estudantes que estão ingressando na universidade, vindo com vários vícios e algumas deficiências da formação básica, é uma preocupação recorrente, ainda mais que são disciplinas de 6 horas semanais, uma alta carga horária. Mas a relação professor-discente é uma via de mão dupla, fazer com que isso ocorra vem sendo o meu grande desafio.

É tentado dar clareza ao assunto, claro, e trazer exemplos - séries, filmes, vídeos esquetes (Porta dos Fundos), questões do cotidiano -, tentando renovar a cada semestre, mas é fundamental que quando eu pergunto se estão entendendo, caso não, alguém fale. Esse foi um semestre de silêncio quando eu questionava sobre isso. O mesmo vale para o comentário sobre lógica. Realmente é algo mais complexo que as outras duas partes, mas tentamos trazer mais elementos e renovar sempre, só que o retorno sobre é fundamental para eu saber se está ou não funcionando.

Sobre o objetivo da aula, realmente não faço tanto isso, mas aceito a sugestão e irei fazer isso a cada início de tópico do assunto, começando pelo início do semestre, vide a discussão sobre a importância dessas disciplinas do primeiro período.

O ponto mais complicado é o de quem me achou arrogante e que me definiu como bipolar. A questão da arrogância e de outros problemas creio que podem ter aparecido, e isso vai depender do momento. Ninguém é perfeito e tomarei mais cuidado até no cotidiano, para além da sala de aula por ser um defeito que alguém me aponta. Sobre ser bipolar, faço tratamento terapêutico, que nunca neguei a ninguém, desde julho do ano passado e não fui identificado como bipolar por alguém que é graduada e especialista na área. Tenho certeza que ela o faria e me indicaria um psiquiatra caso isso ocorresse. Essa é uma área que me preocupo por questão de "herança" familiar. Na verdade, como apontei acima, a minha mudança de humor é em processo e tem motivos, mais ligada à Síndrome de Burnout/esgotamento que, dentre outras coisas, tem como estágios a necessidade de reconhecimento, o não saber dizer não às atividades de trabalho , o estresse, a depressão e a vontade de se isolar das pessoas. Algo que, inclusive, estou estudando agora num projeto de extensão que retrata especialmente o trabalho docente. Agora, não confundir isso com respostas à reação negativa a uma atividade em sala de aula. Independente de eu me sentir bem ou não, se a turma faz algo errado é meu dever apontar o erro e reclamar caso tenha sido por desleixo.

"A leitura" e "Conteúdos em Vídeo". Não sei se eu tenho que melhorar a minha leitura, incluir mais textos ou trocar os que passo. De qualquer jeito verei tudo isso. Imagino que "conteúdos em vídeo" seja acrescentar, ainda que possa ser trocar ou mudar. Algo que também verei novamente.

"Mais empenho!" é curioso especialmente quando nem sempre a recíproca tenha sido verdadeira. Uso como exemplo o artigo sobre as TDICs para as empresas que poucas pessoas nas duas turmas leram. Fora que, como expliquei, docente efetivo de UF não é só sala de aula e, apesar dos problemas, o empenho vem sendo até maior do que deveria para tudo. Estar desmotivado num dia ou outro é outra coisa totalmente diferente.

Os textos são atualizados, mas precisamos seguir a ementa definida nos Projetos Pedagógicos da melhor maneira possível, inclusive é isso o que o MEC cobra nas avaliações dos cursos. Então referências como Copi, Vanoye e Castells são obrigatórias a partir disso. De resto, faço as atualizações possíveis, vide que troquei o texto que seria para leitura na parte de Informática, o da Márcia Tiburi (que foi para o EAD) é do ano passado e os dos seminários sempre são atualizados, com alguns saindo e outros aparecendo a cada semestre. Mas aceitamos sugestões.

Usar o quadro a mais não sei se é algo que possa melhorar ou não, uso em alguns momentos apesar dos slides, mas observarei essa sugestão especialmente para os casos dos textos para leitura e dos filmes vistos. Este semestre isso ocorreu em menor quantidade devido ao que já expliquei anteriormente. E "explorar os alunos" depende também do outro lado. Tem aula que eu acho que todo mundo vai gostar e a reação é contrária, enquanto outras se dá o inverso. Há momentos que as turmas reagem diferente ao mesmo conteúdo também. É algo que varia de acordo com dia, assunto e o "humor coletivo".

Por fim, alguns pontos que já expliquei a partir das figuras acima, mais o explicar melhor os trabalhos. A explicação é feita e até mais de uma vez e com pergunta se tem dúvida. Vejo que uma coisa que devo mudar é o retorno sobre os trabalhos, que faço mais de forma coletiva e algumas pessoas não conseguem/querem entender. Talvez tentar arranjar um tempo para algo mais individual nos casos que eu perceber serem mais "complicados". Mas, de qualquer forma, volto a dizer que depende da outra parte, de como está acostumada, inclusive, a isso. Confundir os métodos dos dois professores (e eram só dois!) no semestre não ajuda também e para isso o cuidado não deveria ser meu.